Infinity Pool

Se você achou o filme a cara do diretor David Cronenberg, acertou! Ou quase. Quem dirigiu a produção foi Brandon Cronenberg, filho de David, e que, pelo visto, segue os passos do estilo e abordagem narrativa do pai.

Alexander Skarsgård (“O Homem do Norte”) é James e que está passando as férias num resort de uma ilha com sua esposa Em (Cleopatra Coleman de “Sombra Lunar”) e faz novas e misteriosas amizades lideradas por Gabi (Mia Goth, a nossa “Pearl”). Sem saber, James entra num jogo de sadismo e perseguição quando descobre uma tecnologia única na ilha sobre clonagem de corpos.

Um dos méritos de “Infinity Pool” é expressar uma face do terror sem necessariamente juntar todos os elementos que uma obra do gênero precisa. Aqui, o terror é o próprio ser humano com suas más intenções e ações, onde é subvertido através da experiência social proposta no filme: se você soubesse que outra pessoa descartável, como um clone seu, morreria no seu lugar toda vez que você fosse condenado por um crime, você continuaria como criminoso?

Só que lá pelo segundo ato o roteiro tenta atirar para vários lados com essa premissa e acaba acertando no jogo de gato e rato entre o protagonista e os demais personagens, sem necessariamente discutir as implicações do que ele mesmo acabara de apresentar. Isto é, a maior inovação da história meio que fica em segundo plano, enquanto que o caminho seguido não amarra todas as pontas e tampouco cria algum tipo de arco de redenção para os personagens, dando um desfecho subjetivo aquém da proposta armada.

Na técnica o diretor Brandon Cronemberg sabe usar bem a morbidez e violência gráfica herdada do pai a seu favor sem apelos ou desperdícios, tal qual consegue criar tensão através de ótimos ângulos de câmera e closes junto ao seu diretor de fotografia Karim Hussain, experiente em filmes de terror como “A Órfã 2”, além de algumas edições dignas de nota como a transição brusca entre uma cena de tiroteio e outra de um show cultural indiano.

Infinity Pool” é o típico filme de terror psicológico onde a realidade alternativa se encontra na mente de seus personagens, tem uma boa premissa, mas se desvia dela em seu desenvolvimento, tomando um rumo que cria uma dinâmica já vista em outros exemplares do gênero, sem que tenha a melhor das conclusões.

Ficha Técnica:

Elenco:
Alexander Skarsgård
Mia Goth
Cleopatra Coleman
John Ralston
Dunja Sepcic
Adam Boncz
Jalil Lespert
Zijad Gracic
Thomas Kretschmann
Amanda Brugel
Jeff Ricketts
Caroline Boulton

Direção:
Brandon Cronenberg

História e Roteiro:
Brandon Cronenberg

Produção:
Andrew Cividino
Rob Cotterill
Jonathan Halperyn
Karen Harnisch
Anita Juka
Daniel Kresmery
Christina Piovesan
Noah Segal

Fotografia:
Karim Hussain

Trilha Sonora:
Tim Hecker

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