O Jogo da Invocação (“All Fun and Games”)

A produção entrega uma das premissas mais retardadas dos filmes de terror. Fica difícil imaginar que alguém chegou a “pensar” nisso. E como notícia ruim sempre vem acompanhada, o protagonista ainda é um ator que já se afundou de tão fraco que é e aqui desempenha a pior performance de sua “carreira” (entre aspas sim).

Asa Butterfield, a criança revelada no ótimo “A Invenção de Hugo Cabret” era uma doce promessa, mas provou que infelizmente não tem talento para segurar seu crescimento, decaindo até se acomodar nesse tipo de produção de terror de segunda como “Escolha ou Morra”.

Sobre a história, seria muito mais fácil e melhor contar que jovem acha uma faca amaldiçoada, é possuído por um espírito e sai matando todo mundo. Mas o diretor e roteirista estreante Ari Costa quis “sofisticar” a trama e teve a “brilhante” idéia (cada aspas é um sarcasmo) de fazer com que o tal espírito possessor encare a matança como uma brincadeira e, literalmente, faça todo mundo brincar junto. Nem parece tão ruim escrevendo assim, mas basta assistir ao desastre para sentí-lo.

Antes de voltarmos a parte das brincadeiras, mesmo antes da ação de verdade começar o diretor quer ganhar no grito e, mais uma vez, literalmente. Ele faz uma espécie de edição e numa fração de segundo coloca um grito ensurdecedor várias vezes durante o filme como forma de susto, a qual é a única forma que ele entendeu que consegue fazer.

Nada mais assusta. Não há o mínimo de suspense ou tensão na forma como o possuído mata suas vítimas, tampouco bons efeitos especiais ou maquiagem para engendrar mortes minimamente decentes.

O roteiro não teve nem o trabalho de ler sobre a história onde o filme se passa, Salem, famosa por ser um dos pólos de caça às bruxas nas Américas do século retrasado, pois fala de uma introdução com todos os erros históricos possíveis.

Como todo terror fraquíssimo, o último ato vira um vale tudo descerebrado que chega no cúmulo de fazer com que lanternas queimem a pele não só do espírito, mas dos humanos também sem dar a menor explicação, além de ser mais uma brincadeira. O desfecho tem essa mesma pegada ridícula, sem clímax, finalizando como aquelas produções dos anos 80 que saíam apenas em VHS tanto em design quanto em história.

Não dá para entender como “O Jogo da Invocação” foi parar nos cinemas com tanta coisa boa rolando lá fora sem ter a oportunidade de ser exibida por aqui. O filme só tem 76 minutos, mas parece uma eternidade. Só matando mesmo.

Ficha Técnica:

Elenco:
Asa Butterfield
Natalia Dyer
Benjamin Evan Ainsworth
Laurel Marsden
Annabeth Gish
Marina Stephenson Kerr
Kolton Stewart
Erik Athavale
Matthew Lupu
Sydney Sabiston

Direção:
Eren Celeboglu
Ari Costa

História e Roteiro:
J.J. Braider
Eren Celeboglu
Ari Costa

Produção:
Sébastien Raybaud
Angela Russo-Otstot
Kassee Whiting
John Zois

Fotografia:
Ricardo Diaz

Trilha Sonora:
Alex Belcher

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