Escolha ou Morra (“Choose or Die”)

É claro que com o tempo há um esgotamento cíclico (que depois se renova) de conhecidas entidades de terror como vampiros, lobisomens, bruxas, espíritos, seriais killers, etc. Portanto os roteiristas começam a tentar criar outros tipos de entidades para se tornarem mais originais.

Enquanto as entidades conhecidas operam sob regras conhecidas e as histórias fazem apenas alterações na abordagem, criar algo novo também consiste em criar novas regras e tudo tem que estar muito bem amarrado para a trama funcionar.

Um exemplo de sucesso foi o ótimo “Corrente do Mal”, enquanto um exemplo mediano foi o recente “Sorria”. Infelizmente “Escolha ou Morra” foi um caso que não deu certo.

A novata Iola Evans é Keyla, uma jovem que se mete com um jogo dos anos 80 que é demoníaco e distorce a realidade fazendo com que o jogador tenha que escolher opções macabras ou, é claro, morre. Ela é ajudada pelo que aparentemente é seu único amigo, Issac, interpretado por um Asa Butterfield de “Escola da Morte” em seu papel menos canastrão, mas numa escolha ruim de trabalho.

Tudo obviamente gira em torno da protagonista entender como o jogo funciona para tentar sobrepujá-lo. Só que ela não entende, o espectador não entende e provavelmente o roteirista muito menos. As regras mudam a todo momento de acordo com a conveniência do que se quer mostrar; ao traçar a sua origem, a história se embaraça ainda mais; e o desfecho e tão sem pé nem cabeça que acaba até estragando o bom início.

A direção do estreante Toby Meakins é dinâmica, passa a impressão de ser uma produção A de terror (não é), o que já é uma proeza, mas opera com elementos errados tirados do roteiro, como por exemplo uma cena de morte que envolve um rolo de filme, cuja proposta visual é tão ruim que quase chega a ser cômica. Ou seja, as maneiras de criar tensão, o principal nesse gênero, parecem sempre levar a produção para o lado errado.

Escolha ou Morra” é uma história ruim que não conseguiu ser traduzida de forma decente para a tela, além de fazer uma mistureba narrativa que já chega ao final com total desinteresse.

Curiosidades:

  • No início, o quarto do pai da família que joga o tal game macabro, pode-se ver um poster do clássico dos anos 80 “Highlander – O Guerreiro Imortal”.
  • Os estúdios detentores dos direitos do também clássico oitentista “A Hora do Pesadelo” não deixaram que o filme citasse Freddy Krueger na participação que o ator que o interpreta, Robert England faz. Daí colocaram a expressão “o pesadelo de Hollywood”.
  • O notebook de Isaac tem adesivos com o nome Cult of the Dead Cow, que é um lendário grupo de hackers mundiais.
  • Issac usa a camisa da banda The Prodigy, uma homenagem ao compositor da trilha sonora do filme que foi o fundador da banda, Liam Howlett.

Ficha Técnica:

Elenco:
Iola Evans
Asa Butterfield
Robert Englund
Angela Griffin
Ryan Gage
Eddie Marsan
Kate Fleetwood
Pete MacHale

Direção:
Toby Meakins

História e Roteiro:
Simon Allen
Toby Meakins
Matthew James Wilkinson

Produção:
Sébastien Raybaud
Matthew James Wilkinson
John Zois

Fotografia:
Catherine Derry

Trilha Sonora:
Liam Howlett

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