Sorria (“Smile”)

É daquele subgênero do terror chamado corrente do mal, ou seja, uma maldição que passa de pessoa em pessoa até chegar no(a) protagonista e é mais ou menos quando começa o filme. Aliás, há um excelente filme do gênero não coincidentemente chamado “Corrente do Mal”.

Também é daqueles filmes que a gente já sabe exatamente como vai terminar só de ver os primeiros 5 minutos, o que não quer dizer que sua execução e desenvolvimento vai deixar de ser interessante.

A filha do nosso querido ator Kevin Bacon, Sosie Bacon, ainda desconhecida do público, vive Rose, uma psicóloga que ao atender uma paciente que se mata sorrindo na sua frente, acaba por adquirir uma maldição onde passa a ver pessoas com sorrisos aterrorizantes e aos poucos vai minando sua sanidade mental.

Aqui se usa o famoso clichê da psicóloga que vai enlouquecendo, isto é, a “classe” que deveria usar a razão acima de tudo e por isso acaba sendo hostilizada pelos seus entes queridos. Há ainda a “famosa” trama de um passado complicado que afeta a protagonista para que digam que sua loucura é por causa disso.

Para compensar a previsibilidade da história, o diretor Parker Finn acerta em não deixar o espectador descansar ao filmar em ângulos incômodos e desconfortáveis (no bom sentido) com uma trilha sonora sempre tensa de Cristoban Tapia de Veer (“A Menina que Tinha Dons“) e às vezes até remetendo a uma estética oitentista.

Será que dá certo? Em parte. O roteiro parece nunca dar chance à nossa heroína. Ao contrário de filmes onde o espectador se pega a qualquer fiapo de esperança, aqui ela vai ladeira abaixo desde o início.

Se por um lado, o fato do terror ser produzido dentro da mente da personagem dar margem para qualquer coisa, o que possibilita sustos vindos de todos os lados, por outro, limita a lógica dos acontecimentos (que até existe mais ou menos) e ainda faz com que Rose tome uma decisão, no mínimo sem pé nem cabeça no último ato (“vou enfrentar a coisa”), como se fosse possível.

Outra coisa que prejudica é o fato de que todas as informações que Rose descobre ao longo do enredo, o espectador já sacou antes e, portanto, o elemento surpresa é inexistente e qualquer atitude por mais ilógica que seja já tem a semente do que vai acontecer em seguida.

O resultado é um embate de uma execução muito bem feita com o roteiro repetitivo e previsível, o que torna “Sorria” uma boa diversão, bons sustos, mas com um incômodo de que poderia ser bem melhor, e esquecível no dia seguinte.

Ficha Técnica:

Elenco:
Sosie Bacon
Kyle Gallner
Caitlin Stasey
Robin Weigert
Jessie T. Usher
Kal Penn
Judy Reyes
Kevin Keppy
Rob Morgan
Gillian Zinser
Marti Matulis
Dora Kiss
Sara Kapner
Matthew Lamb

Direção:
Parker Finn

Roteiro:
Parker Finn

Produção:
Marty Bowen
Wyck Godfrey
Isaac Klausner

Fotografia:
Charlie Sarroff

Trilha Sonora:
Cristobal Tapia de Veer

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