Meus Sogros Tão pro Crime (“The Out-Laws”)

Adam Sandler não é mais novinho, mesmo com a mesma cabeça para escrever e produzir comédias de besteirol. Com o acordo milionário da Netflix, ele está no seu melhor território fazendo o que quer, o que é ótimo para os fãs. Aqui ele faz o melhor do seu pior, resultando numa daquelas comédias quase boas e quase ruins.

Como é um papel mais jovem, ao invés dele, a bola passa para o comediante Adam Devine (“Quando Nos Conehecemos”) que também é cheio daqueles trejeitos que Sandler adora. Ele é Owen, aquele nerd bobalhão que inexplicavelmente é noiva da gatíssima e inteligente Parker (Nina Dobrev de “Dando o Troco”). Mas isso não vem ao caso.

O que importa é que para o casamento, eles recebem a visita dos pais de Parker, os excêntricos Billy e Lilly McDermott, respectivamente Pierce Brosnan de “Adão Negro” e Ellen Barkin de “O Homem de Toronto”. O que Owen não sabe é que seus sogros são ladrões de banco metidos com a máfia. Daí o resto é confusão.

Sandler fez sucesso fazendo e produzindo personagens chamados nos EUA de underdogs, aquele tipo de cara que tem toda a pinta de perdedor, mas consegue grandes feitos. O problema, como na maioria de seus besteiróis é que, dependendo do nível de ridículo do personagem, mais difícil é para engolir essa sua ascensão. E a combinação do personagem Owen e a intepretação de Devine, resulta num daqueles personagens que é quase impossível de “comprar”.

Pior fica quando há personagens “normais” como os inteligentes e habilidosos sogros, o que contrasta ainda mais os absurdos do protagonista. O artifício aí é colocar personagens ainda mais absurdos e situações que beiram o trash, e é exatamente isso que salva o filme, pois eles são inseridos em situações que nivelam o QI médio para baixo, tornando a produção mais uma sátira do que algum espelho longínquo da realidade.

O diretor Tyler Spindel de “A Missy Errada”, também produzido por Sandler repetiu seus erros e (poucos) acertos em “Meus Sogros Tão Pro Crime”, que é desnecessário, mas indolor. Tem um humor agradável por trás de cada vergonha que passa.

Sim, e ainda temos que conviver com um título onde escreveram a expressão coloquial “Tão” no sentido de “Estão”, sopra ficar descolado.

Curiosidades:

  • A esposa de Adam Sandler é a dona da confeitaria onde eles vão comprar o bolo de casamento, e a filha dele é a prima de Owen.
  • Na cena de abertura, Owen está com as meias até o joelho. Geralmente Adam Devine faz isso para esconder o ferimento que ele tem na perna devido a um acidente de criança.
  • A senha cantada para entrar no cofre do banco é uma linha da música “All the small things” do Blink-182.
  • Quando o cofre do banco mais seguro da cidade abre, a música que toca é a mesma de quando o se abre cofre do banco do prédio no filme “Duro de Matar” (1988), Ode à Alegria de Beethoven.
  • Há uma cena em que Lilly diz a Billy que ele está parecendo o James Bond. Billy pergunta qual deles e ela responde o quinto. Se tirarmos George Lazenby que fez apenas um filme de Bond e fora da série, Pierce Brosnan foi o quinto ator a interpretar o agente 007.

Ficha Técnica:

Elenco:
Adam Devine
Pierce Brosnan
Ellen Barkin
Nina Dobrev
Michael Rooker
Poorna Jagannathan
Richard Kind
Julie Hagerty
Blake Anderson
Lauren Lapkus
Lil Rel Howery
Dean Winters
Laci Mosley
Dan Jablons
Sunny Sandler
Peggy Walton-Walker
Mo Gallini
Jackie Sandler
Betsy Sodaro

Direção:
Tyler Spindel

História e Roteiro:
Ben Zazove
Evan Turner

Produção:
Allen Covert
Adam Devine
Adam Sandler

Fotografia:
Michael Bonvillain

Trilha Sonora:
Rupert Gregson-Williams

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