Praticamente é uma mistura do filme adaptado da peça “Deus da Carnificina” com qualquer filme de invasão, tipo “Os Estranhos” ou “Uma Noite de Crime”.
O interessante é que é 50% / 50%, isto é, a primeira metade da produção copia um e a segunda metade copia outro, o que nos faz poder dividir a história em dois atos: No primeiro ato, tal qual em “Deus da Carnificina” dois casais se encontram para jantar na casa de um deles e as divergências entre ambos começa a criar um clima ruim que vai escalando para deixar as emoções a flor da pele. Então começa o segundo ato onde invasores fazem os dois casais de refém e o resto vai se desenrolando.
O resultado é bom, muito pela montagem e edição que fazem da trama algo bem desenvolvido, além da abordagem em capítulos acompanhada por uma suntuosa e soturna trilha sonora de Marc Canham (“Eu Me Importo”), apesar de diversas falhas de roteiro e no desenho de personagens.
Digamos que os personagens são chatos, mas o que acontece com eles não é, até certo ponto.
Há o casal convidado, Lucas e Chole, respectivamente Tom Cullen de “Campo Minado” e a desconhecida atriz e modelo Inès Spiridonov. Lucas um narcisista estereotipado pelo roteiro e Chole, insossa que parece entrar muda e sair calada.
Há o casal Adam e Eve (Adão e Eva, sacaram? Risos…), respectivamente Iwan Rheon que alçou sucesso em “Game of Thrones” e Catalina Sandino Moreno de “Dominação”. Adam é chatíssimo, provavelmente o pior personagem e Iwan Rheon faz questão de que ele seja ainda mais intragável. É Catalina Sandino Moreno que salva a pátria, fazendo talvez a personagem mais completa em termos de camadas emocionais. Até alguns dos invasores se destacam mais.
O diretor imprime um ritmo um tanto irregular a partir do segundo ato, revezando entre ótimas cenas de suspense, com outras desnecessárias, morosas e que não conseguem aproveitar o potencial da trama. Já no primeiro ato, a escalada de ânimos também reveza entre o natural e o forçado.
Quando o filme acaba, também os ânimos do espectador podem ficar divididos, o que numa margem de equilíbrio faz com que “Bárbaros” seja um thriller mediano, mas bem produzidos com quase o mesmo número de erros e de acertos.
Ficha Técnica:
Elenco:
Tom Cullen
Inès Spiridonov
Iwan Rheon
Catalina Sandino Moreno
Connor Swindells
Tommy McDonnell
Will Kemp
Kevin Ryan
Direção:
Charles Dorfman
História e Roteiro:
Charles Dorfman
Statten Roeg
Produção:
Laurie Cook
Charles Dorfman
Jason Newmark
Fotografia:
Charlie Herranz
Trilha Sonora:
Marc Canham