Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 (“Winnie-the-Pooh: Blood and Honey 2”)

A primeira parte foi considerada um dos piores filmes do ano passado. Ainda assim, custou um punhado de milhares de dólares e faturou U$ 15 milhões só pelo hype e assim garantiu uma continuação. Agora vou ter que ver.

Mas para escrever esta crítica, tive que estudar um pouquinho do filme anterior, tentando não antever a sofrível experiência que deve ser, para poder responder a uma primeira e simples pergunta: dá para ver esta continuação sem ter visto o original. Felizmente a resposta é sim.

O felizmente se dá porque os realizadores tinham a consciência que o primeiro foi muito ruim e tiveram a ótima sacada de contar o que aconteceu no antecessor como uma introdução em animação e ainda pontuaram que original foi um filme (dentro do filme) que mostrava esses eventos. Assim puderam mudar todo o elenco e dar cara nova aos monstrinhos que caíram em domínio público.

Aqui o Ursinho Pooh do inferno e seus amigos decidem que querem matar todo mundo, incluindo Christopher Robin (Scott Chambers de “A Maldição dos Esquecidos“). Até aí, tudo bem, e temos o benefício de algumas mortes no melhor estilo trash de sangue e tripas jorrando com relativa criatividade.

Não deixa de ser interessante que os roteiristas inventaram uma história que relaciona os vilões com o passado de Christopher Robin e misteriosos desaparecimentos. Detalhe: funciona muito bem no roteiro.

O que não funciona, é claro, é quase todo o resto. Aliás, é uma questão de perspectiva se pensarmos que a produção é um exemplar trash.

O elenco é catastrófico. O protagonista é tão retardado que se fosse num filme de terror normal, ele seria o primeiro a morrer. As cenas em que os monstros conversam entre si ou mesmo que abrem a boca para falar qualquer é tão esquisita que é como se estivéssemos vendo aqueles monstros do Jaspion.

A maioria das vítimas parecem se posicionar exatamente para serem pegas e mortas, o que não deixa de ter um humor negro peculiar, como na cena em que várias pessoas cheias de penduricalhos luminosos numa rave tentam se esconder como se as luzes penduradas não fossem chamariz suficiente.

O desfecho força uma barra danada com o Christopher, cujos neurônios, se somados com os seus amigos, não dá um ursinho de pelúcia.

Pelo menos há várias homenagens a clássicos de terror como “Sexta-Feira 13“, “A Hora do Pesadelo“, “It – A Coisa” e “Massacre da Serra Elétrica” (viu o poster?) entre outros.

O que mais chama atenção é que as poucas coisas boas do filme são surpreendentes e as ruins são próprias do estilo trash. Então até que tá valendo, pelo menos para os fãs do gênero.

Curiosidade:

  • Os desenhos que aparecem nos créditos finais são os spoilers dos próximos filmes de terror do que os realizadores estão chamando de “Twisted Childhood Universe” (Universo da infância distorcida). Vai ter filmes de terror do Bambi, Pinóquio e Peter Pan, pois todos já caíram em domínio público.

Ficha Técnica:

Elenco:
Scott Chambers
Tallulah Evans
Ryan Oliva
Lewis Santer
Eddy MacKenzie
Marcus Massey
Peter DeSouza-Feighoney
Simon Callow
Alec Newman
Thea Evans
Nicola Wright

Direção:
Rhys Frake-Waterfield

História e Roteiro:
Rhys Frake-Waterfield
Matt Leslie

Produção:
Scott Chambers
Rhys Frake-Waterfield

Fotografia:
Vince Knight

Trilha Sonora:
Andrew Scott Bell

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