Wolverine, o principal mutante da Marvel no cinema, já teve dois desfechos, ambos lindos e emocionantes. O primeiro foi em 2014 no brilhante “X-Men – Dias de um Futuro Esquecido”, que deveria ter sido a pedra final na saga dos mutantes, sem nunca mais fazer os espectadores lembrarem dos fracos “X-Men – Apocalipse” e “X-Men – Fênix Negra”.
A segunda vez obviamente foi em 2017 com o sensacional “Logan”. No primeiro era difícil segurar o sorriso e no segundo, o choro.
“Deadpool & Wolverine” fez uma imensa proeza na Marvel: mudou tudo sem mudar nada. Consolidou algumas verdades que a gente já sabia sobre o multiverso, inclusive que o universo da Marvel que era da Fox fazia parte de outro universo (Deadpool inclusive).
Aliás, outra proeza magnífica do filme foi fazer a série “Loki” ser relevante, pois é ela que praticamente faz toda a história se mover. Para não contar spoilers, vamos nos ater que está no trailer: por conta da AVT (Autoridade de Variância Temporal), Deadpool é sequestrado, fica sabendo que seu mundo (ou sua realidade) vai acabar e que Wolverine pode ser a chave para salvar todos a quem ama. Mas como se ele está morto? Ah, é claro que existe o multiverso pra isso!
A partir daí o diretor Shawn Levy e Ryan Reynolds que trabalharam juntos em “Projeto Adam” e “Free Guy”, fazem o que a franquia faz melhor: um fan service para ninguém botar defeito, com participações espetaculares (há três momentos, um logo no início, outro no meio e outro no início do terceiro ato, em que o espectador vai estar prestes a desmaiar de tanto entusiasmo com essas participações), quebras engraçadíssimas do quarto muro, piadinhas internas envolvendo a esposa de Reynolds, o divórcio de Hugh, a Disney, a Fox e sobre até para “Furiosa” e “Mad Max” (o Dogpool é um bônus)!
Eles conseguem ter o equilíbrio entre risadas escandalosas e aquele toque de emoção e nostalgia dos personagens, que inclusive acaba por ser uma grande homenagem aos mutantes na época da Fox e que agora devem entrar de vez no MCU. É totalmente descerebrado, mas sem mexer no cânone da Marvel e ainda tiram um sarro com personagens passados que não deram certo.
O roteiro é tão bem escrito que o Wolverine se encaixa naturalmente como co-protagonista e tem total aderência ao que a franquia do “Deadpool” já vinha fazendo, o que faz esta produção completar a trilogia de forma impecável, sendo obrigatório, emocionante e engraçadíssimo.
Curiosidades:
- Kevin Feige estava presente como produtor associado da Fox na primeira audição de Hugh Jackman para ser Wolverine em 1999.
- Stan Lee aparece numa propaganda de ônibus na cena da briga nesse ônibus.
- Na cena da cidade no último ato há uma sapataria chamada “Liefeld’s Just Feet”, uma homenagem a Rob Liefeld, criador de Deadpool.
- Primeira vez que Madonna aprova “Like a Prayer” para um filme.
- O cenário da cidade no último ato é exatamente o mesmo usado em “Free Guy”.
- O cachorro Dogpool é o famoso Peggy, conhecido como o cachorro mais feio do mundo.
- Lady Deadpool (aparece nos trailers) é dublada pela esposa de Ryan Reynolds, Blake Lively.
- Há uma cena em que Deadpool está caído e ao lado dele está a HQ da Marvel “Guerras Secretas”.
- No clipe de Celine Dion – Ashes, para a trilha de Deadpool 2, há um diálogo entre Deadpool e Celine, onde ele diz que a voz dela é boa demais para o filme e que ela tinha que piorar sua performance de uma nota 11 para 5 ou 6, no que ela responde que ela só faz se for 11. Então ele diz: “Eu deveria ter chamado o N’Sync”. Eis que em “Deadpool & Wolverine“, a trilha de abertura é do N’Sync.
Ficha Técnica:
Elenco:
Ryan Reynolds
Hugh Jackman
Emma Corrin
Matthew Macfadyen
Dafne Keen
Jon Favreau
Morena Baccarin
Rob Delaney
Leslie Uggams
Jennifer Garner
Wesley Snipes
Channing Tatum
Chris Evans
Henry Cavill
Wunmi Mosaku
Aaron Stanford
Tyler Mane
Karan Soni
Brianna Hildebrand
Shioli Kutsuna
Stefan Kapicic
Randal Reeder
Lewis Tan
Direção:
Shawn Levy
História e Roteiro:
Ryan Reynolds
Rhett Reese
Paul Wernick
Zeb Wells
Shawn Levy
Produção:
Kevin Feige
Shawn Levy
Ryan Reynolds
Lauren Shuler Donner
Fotografia:
George Richmond
Trilha Sonora:
Rob Simonsen