Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (“Black Panther: Wakanda Forever”)

A primeira e mais importante informação que você deve ter sobre “Wakanda Forever” é que, talvez mais do que qualquer outra vez usei essa expressão, este não é um filme de super-heróis. Arrisco dizer que sequer é um filme de herói, propriamente dito. É um filme de luto. Um filme sobre se redescobrir após perder tudo. Como isso funciona e se funciona é o que vamos ver.

Um ano após a morte de T’Challa (Chadwick Boseman que nos deixou de verdade), o mundo volta a ver Wakanda com olhos de cobiça sobre suas jazidas de Vibranium, ao mesmo tempo em que busca o raro mineral no fundo do mar. Só que essa busca desperta a nação Talokan, cujo rei Namor (Tenoch Huerta de “Uma Noite de Crime: Fronteira”) vai defendê-la a todo custo.

Quando Namor pede ajuda à Wakanda para atacar o mundo da superfície e a sua rainha Ramonda se nega, Namor direciona suas forças para destruir Wakanda.

Existem duas tramas que caminham juntas: essa batalha entre Namor e Wakanda e o luto e redescoberta de Shuri (Letitia Wright já crescidinha) e que vão convergir junto com a descoberta de uma garota prodígio por trás da construção da máquina submarina de achar Vibranium, que nos quadrinhos é a Coração de Ferro (Dominique Thorne de “Judas e o Messias Negro”).

Não existem grandes destaques ou personagens e cada um meio que faz o seu: Angela Bassett arrasa como Rainha Ramonda e Lupita Nyong’o é uma deliciosa surpresa, tanto em sua atuação, como no desfecho da trama; Winston Duke traz o equilíbrio certo como o instável M’Baku e Tenoch Huerta faz um vilão (que nem é vilão) com honestidade e profundidade.

Quando dizem que Wakanda está sem seu protetor, pode-se traduzir também para o espectador, pois Letitia Wright não tem presença de cena suficiente para carregar um filme nas costas. Então o diretor Ryan Coogler em fazer um filme de coletividade, por mais que às vezes traga certos excessos que tornem o filme pouco dinâmico ou um tanto arrastado em certos momentos.

Repito: este é o filme mais diferente da fase 4 do MCU. É um filme extremamente sério com pouquíssimo espaço para humor (o minuto de silêncio no início diz tudo), é um filme fechado em si mesmo e até mesmo a solitária cena pós créditos funciona como um desfecho e não como uma porta para outros filmes, e tem pouquíssimas referências, ou quase nenhuma, praticamente como se o MCU não existisse, sendo que nessa trama não precisaria existir mesmo.

Até dá para perdoar o furo da história que acaba sendo o gatilho da trama, já que aparentemente o reino submarino não precisaria da ajuda de Wakanda para seu intento inicial.

Wakanda Forever” é um drama, com pitadas de guerra e um pouco de ação que tenta construir sua força através da coletividade entre elenco e história e tem alguns grandes momentos. Talvez seja o melhor da fase 4 do MCU, já que em grande maioria se compõe mais de filmes mais infantis e cômicos e aqui o contraste fica imenso.

Curiosidades:

  • O diretor revelou que se Chadwick Boseman estivesse vivo, o enredo seria bem parecido, pois desde o início, o antagonista da continuação seria Namor, sendo que o destino da maioria dos personagens seria o mesmo.
  • O irmão de Chadwick Boseman fez campanha para que o personagem Pantera Negra continuasse vivo, mas o diretor se negou em memória ao falecido ator.
  • Nos quadrinhos Namor também vem de Atlântida, mas para não se traçar um paralelo com Aquaman que é de Atlântida e acabou chegando primeiro nos cinemas, decidiram fazer Namor rei do fictício reino de Talokan, descendente dos Maias.
  • Letitia Wright foi a maior dor de cabeça na produção, pois nas filmagens quando todos estavam em lockdown, ela foi a única que não queria se vacinar, crendo nas fake News sobre a vacina.
  • Pasmem, mas Tenoch Huerta não sabia nadar e teve que fazer aulas de natação para o papel.
  • O figurino tinha que ser constantemente testado debaixo d’água para saber se os movimentos iriam funcionar.
  • É o 2º filme mais longo da Marvel após “Vingadores: Ultimato”.
  • O filme mostra o significado do nome Namor. Mas nas HQs é outro: Namor significa “filho vingativo” em Atlantis.

Ficha Técnica:

Elenco:
Letitia Wright
Lupita Nyong’o
Danai Gurira
Winston Duke
Angela Bassett
Tenoch Huerta
Martin Freeman
Dominique Thorne
Julia Louis-Dreyfus
Florence Kasumba
Michaela Coel
Alex Livinalli
Mabel Cadena
Isaach De Bankolé
Lake Bell
Richard Schiff
Gigi Bermingham

Direção:
Ryan Coogler

Roteiro:
Ryan Coogler
Joe Robert Cole

Produção:
Kevin Feige
Nate Moore

Fotografia:
Autumn Durald Arkapaw

Trilha Sonora:
Ludwig Göransson

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