Nefarious

Essa produção faz a proeza de ser um filme B (de baixo custo) bom justamente num tema onde muitos filmes A falham miseravelmente: é uma história que se passa praticamente toda em um só ambiente.

Jordan Belfi de “Crimes Cruzados” é um psicólogo nomeado para decidir se um preso condenado à pena de morte está de posse de suas faculdades mentais, pois acredita piamente que está possuído por um demônio chamado Nefarius: se sim, ele será eletrocutado naquele mesmo dia, mas se não ele escapa da morte e vai para um sanatório.

Sean Patrick Flanery de “Tráfico de Mulheres” e presença constante em filmes B interpreta o presidiário e aqui faz a sua melhor atuação em anos. Pode parecer que atuar num filme de terror é irrelevante, mas aqui Flanery surpreende e entrega uma performance digna de ser lembrada e talvez até de indicações.

Os diretores Chuck Konzelman de (“Insaciável”) e Cary Solomon capricharam no diálogo e no timing para que sempre que o espectador ache que já o ciclo está se encerrando, apareça mais uma ponta solta para se resolver.

Apesar do roteiro apontar logo de início que realmente há o demônio e até mesmo sobre o seu propósito lá, o qual ele conta logo no início do segundo ato, várias questões pairam pelo ar, tanto que contradizem os apontamentos iniciais, quanto sobre a batalha mental travada pelos dois personagens.

O que faltou para “Nefarious” ser acima da média é o que falta à maioria dos filmes de terror: um desfecho decente. Não souberam equacionar onde o plano do demônio (ou presidiário) se encaixa no que ocorre no final, já que não fica claro, ou melhor, fica dúbio quem, digamos, venceu a batalha.

Nefarious” traz uma ótima trama de suspense psicológico sem requerer grandes orçamentos e prende o espectador que só no fim que vai torcer o nariz.

Curiosidades:

  • Um padre exorcista do Vaticano foi consultor do filme e estava presente nas filmagens. Inclusive, ele também foi consultor em “O Ritual” de 2011.
  • Na cena em que um padre entra no recinto, discretamente os cabelos do presidiário ficam na forma de chifres, mas depois se dissipam quando este percebe que o padre não está lá para exorcizá-lo.
  • Essa foi uma daquelas produções cercadas de obstáculos misteriosos: houve 9 acidentes de carro com a equipe nos deslocamentos para o set, o padre consultor teve uma crise de apêndice, a energia do lugar caía a todo momento, e uma greve de operários quase fez com que o governo parasse as gravações.
  • O livro mostrado no fim do filme é real, escrito por Steve Deace e é de onde o roteiro se baseia. Inclusive o livro é uma trilogia.
  • Há uma cena em que o presidiário fala “Mene mene tekel upharsin” que é aramaico e é um escrito de origem desconhecida no muro do Palácio de Belsazar, filho de Nabonido e Nitócris, filha de Nabucodonosor.
  • O autor do livro no qual o filme é baseado aparece numa foto de jornal em determinada cena.
  • O entrevistador no fim do filme tem realmente um programa de entrevistas e foi o primeiro a entrevista o verdadeiro autor, Steve Deace, do livro no qual o filme é baseado.

Ficha Técnica:

Elenco:
Sean Patrick Flanery
Jordan Belfi
Tom Ohmer
Glenn Beck
Daniel Martin Berkey
Mark De Alessandro
Cameron Arnett
Sarah Hernandez
Jarret LeMaster
Grifon Aldren
Jeremy Miller
Darrin Merlino
Stelio Savante
Robert Peters
Sheran Goodspeed Keyton
Tina Toner
Maura Corsini

Direção:
Chuck Konzelman
Cary Solomon

História e Roteiro:
Chuck Konzelman
Cary Solomon

Produção:
Sheila Hart
Chris Jones

Fotografia:
Jason Head

Trilha Sonora:
Bryan E. Miller

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