Como classificar um filme de suspense sobre um serial killer com vários suspeitos quando em 15 minutos de filme, você já descobre quem é o assassino. Aconteceu comigo. E quanto mais o filme tentava levar o espectador para outro rumo, mais ficava claro a identidade de quem cometia os assassinatos.
Passando-se no fim do século XIX, Bill Nighy de “Sua Melhor História” é o inspetor Kildare designado para investigar esse caso envolvendo um serial killer. Só que um dos suspeitos foi morto envenenado e tudo indica que quem o matou foi sua própria esposa, Lizzie (Olivia Cooke de “O Som do Silêncio”) que, naquela época e por ser mulher, está diante de um julgamento machista e praticamente condenada à forca. Kildare deve entender como esse crime se relaciona com o serial killer e, se possível, provar a inocência de Lizzie.
A abordagem narrativa é diferente como numa espécie de teatro – o que reflete parte da história – onde se mostra a reconstituição de cada crime na cabeça do inspetor com um suspeito diferente em momentos diferentes apontando as próprias suspeitas do protagonista, bem como tentando manipular o público para onde o roteiro acha conveniente.
Além disso, vai se espalhando pequenas pistas óbvias pelo caminho (óbvio que são pistas) e é justamente este excesso que pode fazer os mais atentos entenderam qual o rumo certo do mistério.
Dito isso, a produção acerta no resto com um bom elenco que – esse sim – consegue uma performance que é o melhor elemento da trama e que faz com que a história fique mais interessante e crie a dúvida sobre o assassino que o roteiro falha em fazer. O time é craque e compraram muito bem a idéia do suspense.
O baixo orçamento do file é compensado com uma boa dinâmica e ritmo, o qual não deixa o espectador cansado e talvez, possam curtir a reviravolta. Por incrível que pareça, gostei mais do que se passa após a reviravolta, no desfecho, que acaba sendo um retrato da realidade do show business, na máxima que o show deve continuar.
Baseado no livro “Dan Leno e o Golem de Limehouse”, escrito por Peter Ackroyd, “Os Crimes de Limehouse” tem um bom apelo, boas atuações, mas força a barra justamente no principal que é o mistério. Para quem descobrir cedo demais, ainda assim há algumas belezas a serem exploradas.
Curiosidades:
- Apesar de ser uma ficção, todos os suspeitos, com exceção de Cree, que morre no início, foram pessoas reais e que viveram em Londres na época onde a história se passa.
- O protagonista seria inicialmente de Alan Rickman (nosso eterno Severo Snape de “Harry Potter”), mas por conta de sua doença e posterior morte, acabou indo para Bill Nighy. Ainda assim, no fim dos créditos, o filme faz uma dedicatória para Alan Rickman.
Ficha Técnica:
Elenco:
Bill Nighy
Olivia Cooke
Douglas Booth
Sam Reid
Eddie Marsan
María Valverde
Daniel Mays
Peter Sullivan
Daniel Cerqueira
Louisa-May Parker
Adam Brown
Nicholas Woodeson
Paul Ritter
Direção:
Juan Carlos Medina
História e Roteiro:
Jane Goldman
Produção:
Megan Forde
Elizabeth Karlsen
Joanna Laurie
Stephen Woolley
Fotografia:
Simon Dennis
Trilha Sonora:
Johan Söderqvist