Jena Malone de “A Escolhida” é Grace, uma jovem que vai a um convento escocês investigar a misteriosa morte do irmão mais velho e começa a ter visões sobrenaturais.
Este é um caso de uma reviravolta no final tão maluca que não prepara o espectador e parece algo mais sarcástico do que a seriedade que deveria ter.
Mas vamos por partes: o diretor Christopher Smith que saiu de um trabalho semelhante de terror, “O Ritual – Presença Maligna” e com a mesma qualidade duvidosa, estabelece aqui muito rapidamente quem são os antagonistas, as freiras e o padre do convento, vivido por Danny Huston de “Sombras de Um Crime”. Assim, o espectador entende logo que eles estão escondendo informações que Grace (“graça” em inglês, não é uma coincidência) precisa descobrir.
O filme vai caminhando lentamente com poucos sustos e poucas intrigas, mas que pareciam prometer algo a mais. Só que ao invés de construir uma história elaborada para que houvesse um plot twist que amarrasse as pontas, este acontece como se de uma vez só quisesse recontar o filme inteiro por um prisma que em momento algum foi levantado até aquele momento. É como se a história fosse de 0 a 100km/h em 5 segundos e quase se espatifa num muro.
Na verdade, ocorre que os roteiristas viajaram demais pegando elementos místicos das cruzadas, com magia negra, dando uma salada que o público precisa engolir para continuar. Além disso, ao olhar em retrospecto, não faria o menor sentido a ida do irmão ao convento em primeiro lugar. É como se pessoas diferentes tivessem escrito o primeiro e o último ato do roteiro e não tivessem se conversado durante o processo.
A própria natureza da tal entidade e o que acontece depois do clímax entram num vale tudo onde a lógica não importa mais. Se todo mundo combinasse direitinho dava para ter feito uma história mais pé no chão que conservaria a essência, pois há muitos aspectos interessantes que foram diluídos pela falta de consistência.
“O Convento” tenta ser sério, mas esbarra em muitas idéias desconexas que tentaram colar na força rumo ao final, e fica tão esquisito que a última cena parece até uma comédia.
Curiosidade:
O diretor tentou imitar a icônica cena de “Contato” de 1997 com a mesma Jena Malone, naquela época ainda uma criança, logo no início quando Grace entra no apartamento e vai em direção ao banheiro. Veja a cena de “Contato” aqui:
Ficha Técnica:
Elenco:
Jena Malone
Danny Huston
Thoren Ferguson
Ian Pirie
Will Keen
Janet Suzman
Steffan Cennydd
Angela White
Kit Rakusen
Angela White
Victoria Donovan
Shaun Scott
Eilidh Fisher
Jolade Obasola
Amanda McDonough
Direção:
Christopher Smith
História e Roteiro:
Christopher Smith
Laurie Cook
Produção:
Laurie Cook
Casey Herbert
Xavier Marchand
Jason Newmark
Fotografia:
Rob Hart
Shaun Mone
Trilha Sonora:
Nathan Halpern