Irmãos de Honra (“Devotion”)

No casting de “Top Gun: Maverick”, o ator Glen Powell estava disputando o papel de Rooster (o segundo papel principal), mas perdeu para Miles Teller e daí assumiu um tanto triste o papel de Hangman. Ao confessar sua tristeza para o astro Tom Cruise, ele disse; “Powell, sempre escolha os melhores filmes não importa o papel, pois é lá que você será visto”. Ou seja, melhor ser coadjuvante num filme sensacional do que protagonista numa produção ruim.

Não sei se ele aprendeu a lição, mas acabou fazendo um “Top Gun” para chamar de seu. Isso porque “Irmãos de Honra” que conta a história do primeiro piloto americano negro da marinha negro (já vamos chegar nele) tem um caminhão de semelhanças com o blockbuster de Tom Cruise, desde a “brotheragem” essência do filme, o arco que vai do treinamento às batalhas reais com os mesmos clichês, até as cenas aéreas que foram desenhadas pelo mesmo coordenador. O bom é que funciona.

Chegamos então em Jonathan Majors que em “Destacamento Blood” ainda era quase um incógnito, mas aqui já é protagonista e ano que vem vai arrebentar como sendo o novo grande vilão da Marvel, Kang, que já apareceu (pelo menos num multiverso) na série “Loki” e que agora vai debutar no cinema em “O Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”, além de também ser o rival de Michael B. Jordan em “Creed III”.

Ele é Jessie, que sofreu o pão que o diabo amassou por ser negro até conseguir uma posição como piloto e começa junto com o time dos Navy Seals um treinamento para um possível desdobramento da Guerra Fria.

Praticamente toda a narrativa é vista pelo espectador através Hudner (aí sim, entra o coprotagonista Glenn Powell), o qual também funciona como bússola moral do roteiro e estabelece uma química sincera de amizade entre seu personagem e Jessie, justo a força motriz dessa jornada emocional.

Uma das grandes diferenças entre “Irmãos de Honra” e “Top Gun: Maverick” é que, apesar de ter o mesmo coordenador de batalhas aéreas, enquanto o filme de Tom Cruise utilizava todos os aviões de verdade, aqui é tudo feito por computador, até porque alguns modelos da época não existem mais em vôo. Dito isso, os efeitos especiais são excelentes e dificilmente o espectador vai saber diferenciar o que é real do CGI. Aliás, há uma cena de pouso na neve no último ato de cair o queixo, seja pelo efeito, seja pela continuidade.

A fotografia de Erik Messerschmidt (“Mank”) é uma atração a parte e responsável pelas mais belas cenas e só cresce com o desenvolvimento dos eventos.

Baseado no livro de Adam Makos sobre os eventos, “Irmãos de Honra” é baseada numa história real, mas talvez esquecida, como muitos dos heróis são, e feita com muito carinho e qualidade. É o “Top Gun” da Shopee, mas é muito bom sim!

Curiosidade: A medalha de honra vista no final do filme é a original usada na época.

Ficha Técnica:

Elenco:
Jonathan Majors
Glen Powell
Christina Jackson
Thomas Sadoski
Daren Kagasoff
Joe Jonas
Spencer Neville
Nick Hargrove
Boone Platt
Dean Denton
Thad Luckinbill
Joseph Cross
Serinda Swan
Matt Riedy
Arianna Rosario

Direção:
J.D. Dillard

História e Roteiro:
Jake Crane
Jonathan Stewart

Produção:
Thad Luckinbill
Trent Luckinbill
Molly Smith
Rachel Smith

Fotografia:
Erik Messerschmidt

Trilha Sonora:
Chanda Dancy

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