É claro que os grandes artistas que estampam suas cinebiografias tiveram imensa relevância para a indústria, como o Queen em “Bohemian Rhapsody”, Elton John com “Rocketman” ou mais recente, Aretha Franklin com “Respect”.
Mas em fevereiro de 2012, perdemos muito mais do que uma grande artista, uma grande cantora: perdemos a maior voz da nossa geração. Perdemos talvez a maior voz de várias gerações. Os feitos dessa artista só se comparariam com outros tais quais Beatles e Michael Jackson. Perdemos Whitney Houston.
As quase 2 horas e meia de filme, dirigidas por Kasi Lemmons que, há 15 anos já havia feito a cinebiografia do radialista Petey Greene em “Fale Comigo”, foram suficientes para retratar a trajetória da cantora.
A ainda pouco conhecida Naomi Ackie, mas que já deu as caras até em “Star Wars: A Ascenção Skywalker”, não só brilha como some e incorpora totalmente Whitney Houston, contando sua trajetória desde 1983 quando foi descoberta cantando nada menos do que “The greatest love of all” pelo empresário da gravadora Arista, Clive Davis (Stanley Tucci de “Kingsman: A Origem”), relação está que durou a vida toda, passando pelo seu auge na década de 90, até sua derrocada na década seguinte, grande parte justificada pela relação tóxica que teve com o rapper Bobby Brown (Ashton Sanders de “Judas e o Messias Negro”), o que a levou numa espiral de drogas que não teve como sair.
A diretora preferiu não fazer malabarismos narrativos e seguiu a cartilha para um filme bem direto e objetivo contando praticamente todos os fatos em ordem cronológica e sem nenhum simbolismo ou algo do gênero, dando uma ênfase tão forte nas músicas quanto nos eventos. Esses eventos são bem contados e detalhados sem cansar o espectador, porém sem dar nenhum salto temporal, fazendo com que o público fique perfeitamente situado no tempo e espaço, o que já é uma ajuda.
E quando chegamos nas músicas fica difícil segurar. Está tudo lá. Mais que isso, houve uma reconstituição artística impecável, como nos clipes de “How will I know”, “I will Always love you” e “It’s not right, but it’s ok” e até mesmo na seqüência onde ela filma “O Guarda-Costas” e que pegaram um take do jovem Kevin Costner deixando a cena ainda mais nostálgica.
A produção consegue passar por quase todos os seus grandes hits, das românticas às mais pops, agradando a todos e ainda finaliza com um belíssimo medley para fã nenhum botar defeito.
“I Wanna Dance With Somebody” é o filme digno de uma celebração para uma artista com a importância, calibre e carisma de Whitney Houston que, se já fora eternizada pela sua música, agora conta com mais um glorioso capítulo que abraça sua história.
Curiosidade:
- 95% das músicas foram feitas com a voz da própria Whitney Houston, seja pelas trilhas vocais que a Arista cedeu ou pelos potentes filtros através de softwares de Inteligência Artificial, pois ninguém consegue chegar nas notas que Whitney conseguia.
- Um dos produtores do filme foi quem descobriu Whitney Houston, Clive Davis.
Ficha Técnica:
Elenco:
Naomi Ackie
Stanley Tucci
Ashton Sanders
Tamara Tunie
Nafessa Williams
Clarke Peters
Daniel Washington
Bailee Lopes
Bria Danielle Singleton
JaQuan Malik Jones
Kris Sidberry
Direção:
Kasi Lemmons
História e Roteiro:
Anthony McCarten
Produção:
Clive Davis
Patricia Houston
Matt Jackson
Jeff Kalligheri
Thad Luckinbill
Trent Luckinbill
Anthony McCarten
Lawrence Mestel
Denis O’Sullivan
Christina Papagjika
Matthew Salloway
Molly Smith
Fotografia:
Barry Ackroyd
Trilha Sonora:
Chanda Dancy