Sasquatch Sunset

Houve muita coragem em fazer uma comédia artística sobre um período na vida de uma família de Pés Grandes que só se comunicam por sons guturais durante o filme inteiro, mostrando o quanto sabem e aprendem ao longo do caminho.

Os irmãos David e Nathan Zellner que já dirigiram o legalzinho “Sob o Sol do Oeste” resolveram ousar na linguagem e chamaram Jesse Eisenberg de “Resistência” e Riley Keough de “A Descoberta” para encabeçar duas das criaturas, enquanto o próprio diretor Nathan Zellner faz a terceira.

O resultado é chatíssimo se você não entender a narrativa e ainda assim muito chato se você entender.

Basicamente eles tentam passar duas coisas: o senso de conexão entre 4 pés grandes que se sentem sozinhos no mundo e sempre em busca de um sinal de outro de sua espécie, vide o ritual de chamado que eles executam periodicamente; o senso evolutivo, como a ânsia de contar coisas sem ter números, começara aprender a usar alavancas, mesmo que ainda dê errado, e a revolta de encontrar elementos que eles não entendem, como asfalto ou até mesmo um multiplayer tocando “I love to hate you” do Erasure.

Só que os problemas não são poucos: essa conexão entre eles é superficial e não é passada na tela. Pior: nenhum deles cria qualquer afinidade com o espectador. Tanto que há certa dificuldade inicial de diferenciá-los, mesmo que com o passar do tempo se perceba que são bem diferentes um do outro.

O tema da evolução dá as caras raramente e de uma forma tão ínfima que é até é questionável falar disso como evolução.

Ainda há um elemento cômico forçado que dura poucos minutos e depois fica repetitivo. Esse elemento ainda prejudica uma conexão mais profunda, porque anestesia parte do que deveria ser um arco dramático.

O desfecho é emblemático como linguagem, mas acrescenta quase nada a uma caminhada que o roteiro dá em círculos.

Sasquatch Sunset” é um desafio desagradável de se ver e ainda mais desafiante para que alguém faça um malabarismo intelectual para tentar extrair qualquer qualidade boa do filme.

Curiosidade:

  • O elenco teve que ter aulas de mímica para aprenderem a atuar apenas com gestos, por trás de uma pesada maquiagem e emitindo apenas sons. Menos Jesse Eisenberg que já havia tido essas aulas quando interpretou um mímico em “Resistência”.
  • A música no final se chama “The Creatures of Nature“, cantada pela própria atriz Riley Keough.
  • Pela música que toca no cassete, o filme deve se passar nos anos 80.

Ficha Técnica:

Elenco:
Jesse Eisenberg
Riley Keough
Christophe Zajac-Denek
Nathan Zellner

Direção:
David Zellner
Nathan Zellner

História e Roteiro:
David Zellner

Produção:
Tyler Campellone
Jesse Eisenberg
David Harari
Lars Knudsen
George Rush
David Zellner
Nathan Zellner

Fotografia:
Mike Gioulakis

Trilha Sonora:
The Octopus Project

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