Toc Toc Toc: Ecos do Além (“Cobweb”)

Quem em sã consciência inicia um título em português com “Toc Toc Toc”? Será que a criatividade dos tradutores está em cheque? Mas vamos ao filme. Aliás, estragaram uma excelente história com péssimas decisões narrativas.

O ator mirim Woody Norman de “Sempre em Frente” é Peter que começa a escutar batidas em sua parede (daí vem o famigerado “toc toc toc” do título) e descobre uma entidade (até então não sabemos de que natureza) que passa a questionar a índole de seus próprios pais, interpretados por Lizzy Caplan (“Extinção”) e Antony Starr (da série “The Boys”).

A produção não perde tempo anunciar a presença da entidade, bem como fazer o espectador – juntamente com Peter – desconfiar das intenções de seus pais. Daí ele desacelera até a metade, quando começam as ótimas reviravoltas.

Infelizmente as ótimas reviravoltas estão inseridas numa péssima narrativa e direção. Primeiro que o filme é muito escuro, talvez propositalmente. Grande parte – ou a melhor parte – da ação é difícil de enxergar e pior fica quando a tal criatura é revelada. Inclusive, é frustrante que ela nunca apareça em sua forma completa durante o filme inteiro. Ela sempre está no breu, ou há alguma edição quando ela está para aparecer e quando parece que chega a derradeira cena para revela-la, o diretor já faz o corte.

É justamente a natureza dessa criatura que derruba toda a construção da história. Não seria possível que ela estivesse aprisionada com a força que ela demonstra ter e a habilidade de matar que ela tem. Não que isso seja mostrado explicitamente, pois as cenas de morte são fracas e escuras (como já disse).

O roteiro que foi tão criativo para desenhar a trama, se perdeu nos vários detalhes de execução (veja alguns deles nas curiosidades).

Finalmente, o filme tem um dos piores desfechos do gênero. Ele meio que acaba sem acabar com um discurso que não faz o menor sentido, deixando o público com cara de tacho.

Toc Toc Toc” desperdiça uma ótima premissa, tem uma péssima fotografia e se atrapalha todinho rumo ao pior final possível.

***SPOILERS – SÓ LEIA APÓS TER ASSISTIDO AO FILME***

  • A professora de Peter derruba a parede sozinha com um pé de cabra e o filme quer fazer a gente acreditar que aquela criatura não conseguiria por tudo abaixo só numa porrada. Ah, por favor!
  • Há uma cena em que a criatura diz que ela foi cavando seu caminho por muito tempo até chegar na parede do quarto de Peter. Mais tarde, quando Peter entra nesse interior, o filme mostra que há toda uma estrutura de corredores dentro das paredes da casa, ou seja, provavelmente o roteirista esqueceu de consertar o pedaço anterior (ou a criatura estava mentindo).

Ficha Técnica:

Elenco:
Lizzy Caplan
Antony Starr
Cleopatra Coleman
Woody Norman
Luke Busey
Aleksandra Dragova
Jay Rincon
Anton Kottas
Steffanie Sampson

Direção:
Samuel Bodin

História e Roteiro:
Chris Thomas Devlin

Produção:
Andrew Childs
Josh Fagen
Evan Goldberg
Roy Lee
Seth Rogen
James Weaver

Fotografia:
Philip Lozano

Trilha Sonora:
Drum & Lace

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