Thor: Amor e Trovão (“Thor: Love and Thunder”)

Os filmes do Thor nunca foram o ponto forte da Marvel, apesar de ironicamente, ser o herói até agora com mais filmes solo. Mas, a bem da verdade, o peculiar cineasta Taika Waititi quebrou o paradigma narrativo do MCU em “Thor: Ragnarok”, acrescentando uma porção generosa de comédia que agradou a maioria e ainda estava totalmente contextualizado dentro do grande arco de história que iria culminar com “Vingadores: Guerra Infinita” e “Ultimato”. Ah, e ainda tinha o nosso amado Loki.

Só que agora os tempos são outros: heróis, diretores e roteiristas ainda estão se acostumando com o “cada um por si” e ainda examinando os possíveis vínculos no futuro. Então digamos que esse é o filme mais solo de um herói da Marvel já feito para o cinema e, sem nenhuma amarra, Taika Waititi exagerou e transformou a produção quase num deboche, numa paródia aos moldes dos melhores clássicos oitentistas como “Apertem os Cintos o Piloto Sumiu”, “Top Secret: Super Confidencial” ou “Corra que a Polícia Vem Aí”. E seria ótimo se esta também fosse uma comédia besteirol. Mas é um filme da Marvel, e às vezes talvez o espectador até esqueça disso.

Com o mínimo de desenvolvimento de personagens, a história se apresenta nas três porradas: Christian Bale de “A Promessa” é Gorr que em menos de 5 minutos, vira um matador de deuses e o vilão da vez; Thor deixa os Guardiões da Galáxia para atender o pedido de socorro de um dos deuses atacados por Gorr (aliás essas cenas são as mais engraçadas e as que fazem mais sentido); e enquanto isso Jane Foster que está com câncer vira a Thor. Esta última parte, inclusive, é metida goela abaixo do espectador sem praticamente nenhuma explicação, sendo que pelo pouco que se fala, era melhor não falar nada.

A jornada tradicional da Marvel, passando pelo autodescobrimento e os embates com o vilão ou ainda aquelas escolhas básicas entre o amor e trovão (sem trocadilhos) estão lá e, apesar de já estar meio batido, nada contra. Mas o espaço que o diretor deu para a comédia e o tipo de humor que ele emprega não só tomam um tempo valioso de uma narrativa que fica com pouquíssimo conteúdo, como também não deixa a dramaticidade aflorar.

O câncer de Jane, a sofrível perda que Gorr teve para virar vilão, entre outros dilemas, facilmente se perdem nas tiradas, gags e outros artifícios cômicos, com direito a um ciúme entre o machado e o martelo de Thor (sério).

Há, como sempre, duas cenas pós créditos: a primeira apenas de praxe que pode ser a deixa para um novo vilão (espero que não seja) e a segunda até melhor, mostrando que no mundo da Marvel (ou melhor, da Disney), tudo é possível.

Para os fãs do Guns’n’Roses, a produção será delirante, pois se no trailer já havia “Sweet child o’mine”, o filme ainda trás pelo menos mais 4 músicas da banda.

Thor: Amor e Trovão” se rendeu à comédia pastelão de Taika Waititi e, apesar de ser um legítimo produto de aventura e consumo rápido, afasta-se cada vez mais da emoção que o MCU trazia.

Curiosidades:

  • Todos os filhos de Chris Hemsworth e Christian Bale participaram do filme como as crianças sequestradas ou como o Thor criança
  • Christian Bale só voltou a fazer filme de super-herói porque seus filhos o convenceram.
  • De todos os 4 filmes de Thor, esse foi o que Chris Hemsworth teve o maior ganho de massa muscular.
  • Antes das filmagens, elenco e equipe fizeram um ritual neo zelandês das tribos Maori para dar sorte ao filme.
  • Nas HQs, Gorr herda seus poderes da mesma espécie simbionte de Venom. Como Venom é propriedade da Sony, a Disney preferiu não arriscar pelos direitos autorais.
  • Há diálogos no trailer que não aparecem na edição final.

Ficha Técnica:

Elenco:
Chris Hemsworth
Natalie Portman
Christian Bale
Tessa Thompson
Taika Waititi
Russell Crowe
Jaimie Alexander
Chris Pratt
Dave Bautista
Karen Gillan
Pom Klementieff
Sean Gunn
Vin Diesel
Bradley Cooper
Carly Rees
Ben Falcone
Stephen Curry
Bobby Holland Hanton
Daley Pearson
Idris Elba
Matt Damon
Melissa McCarthy
Sam Neill

Direção:
Taika Waititi

Produção:
Kevin Feige
Brad Winderbaum

Roteiro:
Taika Waititi
Jennifer Kaytin Robinson

Fotografia:
Barry Baz Idoine

Trilha Sonora:
Michael Giacchino
Nami Melumad

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