A comédia romântica é um gênero que sempre tenta se reinventar, mas não tem jeito: com uma boa história e um par com a química certa, é quase certa a garantia de sucesso.
Scarlett Johansson se despe de vez do papel de “Viúva Negra” para ser Kelly, uma publicitária picareta que faz de tudo (inclusive mentir bastante) para angariar seus clientes. Ela é então contratada pela NASA para propagandear a corrida espacial contra a Rússia como algo relevante para a nação. É quando conhece Cole (Channing “Magic Mike” Tatum), o diretor da operação de ida a lua, casca grossa, que não gosta nada da interferência de uma marqueteira, mas que lá no fundo se encantou com ela.
Dessa relação vão sair faíscas. Mesmo que para os brasileiros o contexto de ir a lua, nesse filme passado em 1969, talvez não tenha a devida importância, não dá para negar que pegaram um ótimo gancho, misturando fatos e ficção, principalmente com a famosa teoria da conspiração de que o homem nunca pisou na lua (saiba mais nas curiosidades).
O diretor Greg Berlanti do excelente “Com Amor, Simon” soube perfeitamente misturar uma ótima história cômica com o romance, fazendo com que o espectador torça pelos personagens, mas também acompanhe em paralelo os curiosos eventos e estrepolias de Kelly para fazer a viagem à lua dar dinheiro.
O par de artistas está afiadíssimo e ainda tem uma dinâmica um pouco diferenciada, pois nenhum deles esconde a atração pelo outro, mas seus propósitos conflitantes não os deixam, digamos, consumar os seus desejos. Tudo contado com um humor inteligente, sem negligenciar os aspectos da época. Johansson está afiadíssima e Tatum achou o equilíbrio perfeito de seu lado cômico, sem ficar caricatural.
“Como Vender a Lua” acerta em cheio e sem ambições no espectador que vai ver uma comédia romântica sem grandes expectativas e se surpreende.
Curiosidades:
- Durante as filmagens na NASA um lançamento de verdade de um foguete com satélites ocorreu e foi capturado pela equipe da produção.
- Cole é baseado parcialmente numa figura real, chamado Deke Staton que foi o diretor de lançamento com um passado semelhante ao de Cole, porém numa época diferente.
- O nome do projeto de fraudar a filmagem do homem chegando na lua foi chamado Artemis, porque ela é a irmã gêmea de Apollo na mitologia grega. Apollo 11 foi a missão que chegou na lua.
- Aliás, atualmente existe um projeto chamado Artemis que visa levar o homem a lua como um ponto de partida para sua ida à Marte.
- O principal trabalho da produção foi com o figurino, pois os uniformes dos funcionários da NASA eram muito justos e a toda hora as cenas tinham que parar para que o departamento ajustasse as roupas. Todo o time de figurinistas ganhou um brinde ao final das filmagens.
- O gato preto do filme se chama “Mischief” (Travessura).
- O segundo senador a ser convencido a votar a favor do programa Apollo 11 é interpretado pelo marido de Scarlett Johansson, Colin Jost. Essa é a primeira vez que eles contracenam juntos.
- Há uma cena em que Kelly compara o seu diretor afetado com Stanley Kubrick. Segundo a tal teoria da conspiração, Kubrick teria sido realmente o diretor do pouso falso na lua.
- Essa teoria da conspiração teve origem em 2002 no documentário fake “Operation Lune”. Por mais que no fim do documentário é exposto que tudo não passou de uma brincadeira, muita gente acredita até hoje nessa teoria.
Ficha Técnica:
Elenco:
Scarlett Johansson
Channing Tatum
Woody Harrelson
Ray Romano
Jim Rash
Anna Garcia
Donald Elise Watkins
Noah Robbins
Christian Clemenson
Colin Woodell
Nick Dillenburg
Christian Zuber
Gene Jones
Joe Chrest
Stephanie Kurtzuba
Colin Jost
Dariusz Wolski
Direção:
Greg Berlanti
História e Roteiro:
Keenan Flynn
Bill Kirstein
Rose Gilroy
Produção:
Keenan Flynn
Scarlett Johansson
Jonathan Lia
Sarah Schechter
Fotografia:
Dariusz Wolski
Trilha Sonora:
Daniel Pemberton