Imagina uma mistura de “O Exorcista” made in Tailândia com “Bruxa de Blair” e com a novela das seis da Globo.
É aquele estilo de filme que, dessa vez, mistura duas abordagens, documentário fake e found footage, o que já começa um tanto inconsistente. A produção conta com toda uma direção de segunda unidade, trilha sonora, claramente uma equipe extensa de filmagens, mas de repente se reveza entre uma câmera na mão e amadorismo, com em outros tipos de terror em primeira pessoa.
Uma equipe de filmagens vai a uma pequena comunidade da Tailândia fazer um documentário sobre a xamã de lá, Nim, pois acredita-se em sua cultura animista que uma das deusas da natureza possui seu corpo. Até aí tudo bem, mas quando se descobre que a sobrinha de Nim, chamada Mink (a linda e desconhecida Narilya Gulmongkolpech) pode estar possuída por um demônio, toda a família se mobiliza para tentar salvá-la.
A maior parte dos longos dois primeiros atos é quase um drama de família, pois com idéias e culturas diferentes, cada membro quer tratar do caso de formas separadas, o que, logicamente, apenas complica a situação. Só que os argumentos são muito displicentes e o que eles fazem beiram a ignorância, como por exemplo deixar a jovem possuída solta em casa durante a noite, entre outras negligências óbvias até para uma família carente.
A motivação da tal entidade maligna é um mistério não explicado, pois ninguém sabe até onde e qual tipo de mal pretende. E se falarmos ainda dos complicadíssimos rituais que não fazem sentido, ainda piora, pois o filme não faz questão de esclarecer causas e consequências, sendo que estas últimas também ficam pela conveniência do roteiro.
A dinâmica dos personagens é tão estapafúrdia que chega uma hora que a gente torce para o demônio matar todo mundo logo. E ele não decepciona. Tanto que o terceiro ato é o melhor, onde finalmente os sustos acontecem de verdade e fazem algum sentido (antes disso, os sustos são fracos, amadores e sem contexto).
“A Médium” poderia ter enxugado meia hora de filme sem prejuízo algum à narrativa e ao drama e ainda ser mais dinâmico e assustador, mas escolheu entrar numa roda viva dramática, só que sem drama, como num reality show fabricado que só ganha vida no final realmente apavorante.
Ficha Técnica:
Elenco:
Narilya Gulmongkolpech
Sawanee Utoomma
Sirani Yankittikan
Yasaka Chaisorn
Boonsong Nakphoo
Arunee Wattana
Thanutphon Boonsang
Pakapol Srirongmuang
Akkaradech Rattanawong
Chatchawat Sanveang
Yossawat Sittiwong
Arnon Losiripanya
Klangchon Chuekham
Direção:
Banjong Pisanthanakun
Produção:
Na Hong-jin
Banjong Pisanthanakun
Roteiro:
Chantavit Dhanasevi
Na Hong-jin
Banjong Pisanthanakun
Siwawut Sewatanon
Fotografia:
Naruphol Chokanapitak
Trilha Sonora:
Chatchai Pongprapaphan
