Sucker Punch – Mundo Surreal (“Sucker Punch”)

Zack Snider fez seu próprio videogame. O diretor “Whatchmen” traz Emily Browning (“O Mistério das Duas Irmãs“) como Baby Doll e vai para um instituto psiquiátrico depois de ter matado sua irmã por engano. Num espaço de um corte de cena, ela já está num local onde funciona uma espécie de casa de show / prostíbulo com outras meninas vindas daquela instituição. Ela é obrigada a aprender a dançar. Sem nenhuma explicação plausível, a não ser como refúgio mental, toda vez que ela começa a dançar (diga-se de passagem, uma dança que mais parece um boneco de Olinda), ela vai para um mundo mágico onde deve pegar vários itens que vão ajudá-la a escapar de sua prisão na casa de show. Ela é ajudada tanto no mundo mágico, quanto no real, por algumas das meninas que sabe-se lá como, transitam em ambas as realidades.

Tá na cara, como disse o próprio diretor, que este é um filme de ação quase erótico, devido à sensualidade das integrantes. Mesmo com Browning representando uma mocinha quase casta, as coadjuvantes Abbie Cornish (“Sem Limites“) e Jamie Chung (“Dragonball Evolution“) esbanjam malícia, enquanto a ex-aluna da High School Musical Vanessa Hudgens ainda engatinha em tentar se livrar da antiga imagem.

Infelizmente, todo espetáculo visual (e como é) é sabotado por um roteiro sem o mínimo de coerência. As fantasias psicológicas da personagem não só surgem como apenas uma necessidade de se ter uma produção de ação (e daí vem todo o marketing de divulgação), como também não faz a mínima questão de explicar a si própria. Qualquer regra que se poderia estabelecer entre o mundo real e imaginário é quebrada mais lá na frente por alguma inconsistência do roteiro. Além disso, as cenas espetaculares de ação parecem não passar de meras fases de videogame (o que já deve estar efetivamente a caminho das lojas), sendo tão esquemáticas que tiram sarro da própria narrativa através do personagem de Scott Glenn (“Profissão Surfista“), uma espécie de Mestre dos Magos da realidade alternativa.

E apesar de já ter sido comentado, o quão deslumbrantes e complexas são as cenas todas feitas em computação (utilizando a mesma técnica de “300“), Snyder parece ter sido entregue ao mesmo desleixo de Michael Bay em “Transformers“, já que em muitos momentos fica difícil para o espectador entender o que está se passando na tela. Já em outros, há excesso do recurso de camera lenta.

Os últimos cinco minutos salvam “Mundo Surreal” de ser um gasto milionário descartável como uma explicação que, mesmo deixando milhões de lacunas, é singela o suficiente para capturar o resquício de atenção do público. Era pra ser o divertimento para o público, mas pelo visto só foi mesmo para o diretor.


Ficha Técnica

Elenco:
Emily Browning
Abbie Cornish
Jena Malone
Vanessa Hudgens
Jamie Chung
Oscar Isaac
Carla Gugino
Scott Glenn
Richard Cetrone

Direção:
Zack Snyder

Produção:
Zack Snyder
Deborah Snyder

Fotografia:
Larry Fong

Trilha Sonora:
Tyler Bates
Maruis de Vries

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