Sorte de Quem? (“Windfall”)

Esse é daqueles trabalhos em família: depois da parceria de Jason Segel e Jesse Plemons  e com o diretor Charlie McDowell em “A Descoberta”, todos ficaram super amigos. Daí Segel tem uma idéia de filme num só ambiente por causa na época da pandemia de COVID 19 e divide com McDowell que, não só topa fazer, como também chama a própria esposa Lily Collins (“Mank”) com quem nunca havia trabalhado junto para o papel feminino, e assim foi feito “Sorte de Quem”, com quase todo mundo que participou do filme seja no elenco ou na equipe entrando como produtor, produtor executivo ou produtor asssociado.

Tão interessante essa introdução par se ter um filme com um resultado ruim. O desafio de se fazer um filme interessante em um só ambiente foi por água abaixo.

Mas antes a sinopse: Nenhum dos personagens tem seu nome dito, então Segel é um ladrão que entra na casa de férias de um rico casal, sem saber que eles apareceriam lá. Quando eles chegam – os personagens de Plemons e Collins – acabam virando reféns e as coisas desandam.

A produção tem os normais 90 minutos, mas se arrasta como uma eternidade. Nada acontece e o pouco que acontece não é relevante porque o roteiro não desenvolve até mesmo aquilo que ele aponta como chaves narrativas.

E não sou poucas essas chaves: de onde o ladrão conhece o empresário? Qual a sua motivação? Qual a história da tatuagem da esposa do empresário. Fica na cara que é proposital o não fornecimento de maiores esclarecimentos e que isso deveria ficar subjetivo ao espectador.

Estaria tudo bem se houvesse o mínimo de uma dinâmica interessante entre os personagens, mas não há: os diálogos são supérfluos e muitas vezes desnecessários, como se usados apenas para esticar o filme mirando os 90 minutos.

O personagem de Segel chega a ser irritante ou até mesmo idiota, a personagem de Collins contida demais e o personagem de Plemons talvez é o único que se equilibra entre o que foi escrito para ele (empresário egoísta) e o que ele consegue performar, misturando o estereótipo com alguém de carne e osso. Mesmo assim, chega uma hora que cansa.

A reviravolta de surpreendente não tem nada e todos os simbolismos são manjados, inclusive o da mudança na textura do chão representando a liberdade de um personagem.

Não sei de quem é a “Sorte de Quem”, mas com certeza não é do espectador.

Ficha Técnica:

Elenco:
Jason Segel
Lily Collins
Jesse Plemons
Omar Leyva

Direção:
Charlie McDowell

História e Roteiro:
Charlie McDowell
Jason Segel
Justin Lader
Andrew Kevin Walker

Produção:
Lily Collins
Charlie McDowell
Duncan Montgomery
Alex Orlovsky
Jesse Plemons
Jason Segel
Jack Selby

Fotografia:
Isiah Donté Lee

Trilha Sonora:
Danny Bensi
Saunder Jurriaans

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