Ficção científica cabeça e dramática com reviravolta no final: Robert Redford (“Nossas Noites”) é um cientista que descobriu que existe vida após a morte e logo depois de divulgar seus resultados, começa um surto mundial de suicídios para que as pessoas cheguem “lá”.
Dois anos depois, acompanhamos seu filho, o brilhante neurologista Will (Jason Segel de “Sextape” que estava meio sumido), cético com a descoberta do pai, vai ao seu encontro numa mansão isolada onde continuam em segredo as experiências para saber o que há exatamente após a morte.
É quando Will conhece Isla (Rooney Mara de “Entre Mulheres”), jovem prestes a se suicidar. Ela a salva e a leva na comunidade onde mora seu pai. As descobertas que ocorrem em seguida os farão questionar as suas crenças.
A produção pode ser vista através de dois prismas diferentes, sendo o primeiro o drama filosófico, já que a essência do conflito entre os personagens gira em torno de uma outra existência possivelmente melhor, e gera a pergunta: valeria a pena tirar a própria vida para apostar em um lugar melhor, já que está cientificamente comprovado que a vida não terminaria mais após a morte? Nesse ponto, Isla é fundamental como personagem, pois estabelece essa dúvida, independente da crença de Will.
O outro prisma que está correlacionado é o aspecto técnico da descoberta e o suspense que envolve o filme sobre o que pode vir depois da morte. O espectador vê uma narrativa de certa forma fluida entre o lado dramático e a ficção científica, sendo que um complementando o outro.
Aí mora o problema da história: o roteiro nunca chega a dar uma explicação convincente sobre como se deu a descoberta, muito menos sobre como ocorreria essa tal passagem para outro lugar ou dimensão. A produção já começa com essa afirmação no intento que o público compre a idéia de cara e não se preocupe em entender. Só que não é isso que acontece, pois a impressão que termos é que todos os personagens sabem do processo, menos o espectador e portanto não ele não consegue criar afinidades com os personagens – nesse sentido – o que seria fundamental para a reviravolta no último ato, a qual seria excelente, não fosse o fato de que o processo é totalmente desconhecido do público.
“A Descoberta” é aquela ótima premissa que toca nas questões certas, mas que faltou um pouco mais de estudo dos roteiristas para amarrar as pontas e prover uma experiência mais completa ao espectador.
Curiosidades:
- Na época das filmagens (2016), o diretor Charlie McDowell namorava com Rooney Mara e também dirigiu sua mãe, a atriz Mary Steenburgen (“Alguém Avisa?”) que faz uma participação no início do filme. Atualmente Rooney Mara tem um relacionamento com Joaquin Phoenix.
- Jason Segel assistiu a mais da metade da cinegrafia de Robert Redford para se inspirar para o papel de filho dele.
Ficha Técnica:
Elenco:
Robert Redford
Jason Segel
Rooney Mara
Jesse Plemons
Riley Keough
Mary Steenburgen
Ron Canada
Connor Ratliff
M.J. Karmi
Wendy Makkena
Direção:
Charlie McDowell
História e Roteiro:
Charlie McDowell
Justin Lader
Produção:
Alex Orlovsky
James D. Stern
Fotografia:
Sturla Brandth Grøvlen
Trilha Sonora:
Danny Bensi
Saunder Jurriaans