Para se ter uma franquia de ação, basta o mocinho não morrer no final. Não era bem essa a idéia que o diretor Sam Hargrave e os irmãos Russo tinham quando fizeram “Resgate”. Basta ter visto o filme. Mas a recepção foi tão boa e, claro, o filme foi tão sensacional que colocaram uma cena pós créditos que abria uma fresta e logo em seguida já estavam fazendo essa segunda parte.
Chris Hemsworth volta como o imbatível Rake que, quase morre, mas sobrevive para uma nova missão: dessa vez é pessoal (escutei um clichê?), pois precisa resgatar a irmã da ex-mulher e enfrentar o seu passado, mas com um vilão terrorista que também quer caçá-lo.
Com essa motivação, digamos, pessoal, nosso herói atravessa o primeiro ato do filme com dinâmica, ritmo e ação equiparadas ao antecessor. Aliás, sem dúvida, essa primeira parte é a melhor de toda a produção, com direito a uma simulação de sequência em tomada única de 21 minutos! O que deixa algumas óbvias questões para o que vem em seguida.
E o que vem não deixa a peteca cair, mas parte para uma trama mais convencional e previsível, incluindo saber quem deve morrer, saber que o vilão vai matar um dos comparsas para provar que é escroto mesmo, saber que vai rolar um duelo mano a mano, saber quem vai ser o refém e quem vai ser o dedo-duro, etc.
O diferencial nessa hora é a direção de Sam Hargrave que mesmo com todos os lugares comuns, provoca situações inusitadas e regadas a muita violência. Além disso, entende muito bem de cenário e contexto, pois é um dos poucos filmes onde a polícia tem uma presença ativa – mesmo que para figuração – ao invés de produções em que inexplicavelmente ela só chega no final (quando chega).
Outra vantagem é que a continuação amarra a ponta emocional – mesmo que um tanto forçada – deixada á deriva no primeiro e que também pode servir para as próximas continuações – sim, a terceira parte já está em pré-produção – tal qual fizeram em algumas partes de “Missão Impossível”.
“Resgate 2” é uma continuação mais que digna que já puxa um pouquinho para os clichês, mas vence tranquilo no conjunto da obra. Quem venham mais filmes da franquia.
Curiosidades:
- A sequencia em simulação de tomada única demorou quase 5 meses para ser ensaiada e 29 dias para ser filmada.
- Comparamos o filme com “Missão Impossível” na crítica. Coincidentemente a cena da prisão foi filmada na mesma locação na prisão vista em “Missão Impossível – Protocolo Fantasma”.
Ficha Técnica:
Elenco:
Chris Hemsworth
Golshifteh Farahani
Adam Bessa
Tornike Gogrichiani
Tornike Bziava
Tinatin Dalakishvili
Direção:
Sam Hargrave
História e Roteiro:
Ande Parks
Joe Russo
Anthony Russo
Produção:
Eric Gitter
Sam Hargrave
Chris Hemsworth
Mike Larocca
Patrick Newall
Anthony Russo
Joe Russo
Peter Schwerin
Fotografia:
Greg Baldi
Trilha Sonora:
Alex Belcher
Henry Jackman