Um dos filmes mais esquisitos dos últimos tempos. A começar pela técnica de animação utilizada, uma espécie de computação gráfica tosca misturado com bonecos de material sintético.
A trama não fica pra trás: num futuro próximo, a Europa está em decadência e é praticamente comandada por uma empresa de transportes similar a um metrô. Roger (Vincent Gallo de “Cidade Sombria“) é um trabalhador de classe média que escuta vozes em sua cabeça e começa a criar a consciência que de alguma forma isto não é natural. Quando encontra Nina (Juliette Lewis de “Coincidências no Amor“), filha do dono da companhia dominante e atriz, descobre que há uma conspiração de dominação mundial da população através de um… xampu!
Não é brincadeira. E daí o filme se desenrola a passos de cágado, já que até a animação parece ser incapaz de imprimir um ritmo mais ágil à narrativa que ainda cansa por apresentar sempre as mesmas paletas de cores. Mesmo tendo como motivo apresentar uma desmoronada Europa, o cenário falha em mostrar qualquer tipo de diversidade.
Personagens com pouquíssimos movimentos e expressões muito aquém do que a tecnologia atual poderia proporcionar transformar “Metropia” numa experiência maçante até mesmo para aqueles que enxergam arte nas maiores abstrações. Os últimos quinze minutos até valem a pena mais pela crueza dos acontecimentos. Porém agüentar todos os longos 86 minutos e sair incólume chega a ser desafiador.
[rating:2]
Ficha Técnica
Elenco:
Vincent Gallo
Juliette Lewis
Udo Kier
Stellan Skarsgård
Alexander Skarsgård
Sofia Helin
Shanti Roney
Direção:
Tarik Saleh
Produção:
Kristina Åberg
Trilha Sonora:
Krister Linder
