É uma tristeza ver Bruce Willis afastado das telonas em definitivo por conta de uma doença chamada Afasia (meu pai faleceu disso), que é uma doença degenerativa em alguns termos mais agressiva que o Alzheimer. Isso explica muita coisa em termos dos filmes cada vez mais duvidosos em que ele participava, já que sua atuação começava a ficar limitada, o que fazia pegar papéis cada vez menos relevantes que durassem o mínimo possível para filmar e, para isso, só mesmo em filmes de quinta categoria.
Provavelmente ele descobriu isso há alguns anos e foi fazendo essa “transição” de carreira que sempre colocou o expectador com mil pulgas atrás da orelha, como foi no anterior “Atos de Violência“.
Em “Fuga da Morte” é possível ver claramente nosso herói duro de matar com essas limitações. Para se ter uma idéia, seu estado estava preocupante de tal forma que todas as suas cenas tiveram que ser rodadas em apenas 1 dia (as filmagens duraram apenas 9 dias).
O filme? É podre. Jaime King, que é figurinha repetida em filmes ruins como “Codenome Banshee” é Shannon, uma jovem que vai fazer caminhada num parque florestal e presencia uma policial matando alguém. Então a polícia corrupta vai atrás dela.
E Bruce Willis? É um policial aposentado que por acaso está por lá e acaba ajudando a moça. Na verdade, ele nem ajuda tanto assim. É quase como uma torcida presencial, e olhe lá.
O diretor desconhecido Mike Burns é tão ruim que não consegue nem filmar uma briga. Não dá para ver de onde vem o soco, ou se os personagens estão brigando ou apenas brincando.
Não há nem coerência espacial, pois eles passam sempre pelas mesmas locações como se fossem lugares diferentes ou como se eles tivessem feito o filme inteiro em 3 ou 4 cenários no máximo.
Os personagens são caricatos e tem menos neurônios que uma samambaia. O embate final que é visto através de sombras é tão incompreensível quanto o seu resultado.
Detalhe: o lance é tão amador que a trilha sonora foi feita pelo próprio diretor – que também canta – numa mistura sem nexo nenhum de guitarras country e que as vezes parece mais algo cômico do que tenso.
“Fuga da Morte” é um exercício de tortura que só deve ser visto em forma de solidariedade a Bruce Willis. Nem ele merecia isso.
Ficha Técnica:
Elenco:
Jaime King
Bruce Willis
Lala Kent
Kelly Greyson
Michael Sirow
Megan Leonard
Tyler Jon Olson
Direção:
Mike Burns
História e Roteiro:
Bill Lawrence
Produção:
George Furla
Luillo Ruiz
Shaun Sanghani
Fotografia:
Peter Holland
Trilha Sonora:
Jacob Bunton
Mike Burns