Agente Stone (“Heart of Stone”)

Se há uma unanimidade entre homens e mulheres é que Gal Gadot é apaixonante e que ela é a Mulher-Maravilha perfeita.

Falando em atuação, a coisa não é bem assim: o que sobra de beleza em carisma, precisaria incrementar na técnica, além da língua ser uma barreira com seu forte sotaque, dando a impressão que a atriz israelense fala um inglês mais “lento”, por assim dizer.

Por isso que até então a jogo dos produtores é fazê-la participar muito mais de filmes de ação onde se fala pouco ou participações rápidas em outros gêneros (caso de “Morte no Nilo”).

Até aí tudo bem, mas se formos pegar “Alerta Vermelho”, nem a presença de grandes como Ryan Reynolds e The Rock, fizeram o filme ser realmente bom. O mesmo ocorre para “Agente Stone”, mas por motivos diferentes.

O diretor Tom Harper de “Os Aeronautas” imaginou essa produção de espionagem eletrizante como uma grande festa, porque só assim explica um conjunto de personagens que parecem saber que tudo não passa de um filme, exibindo extrema falta de urgência e um humor totalmente fora de contexto.

Gadot é Stone, que trabalha para uma agência secreta que tem um supercomputador que parece ter sido roubado, ops, copiado do último exemplar de “Missão Impossível: Acerto de Contas”, é infiltrada na MI6 (agência britânica, a mesma de James Bond) para… bem… não se sabe, mas talvez para monitorar as atividades da agência. Então numa missão, dá tudo errado e ela descobre um vilão cujo objetivo é justamente roubar o supercomputador de sua agência (melhor chamar o Tom Cruise).

O detalhe é que o supercomputador que prevê tudo não previu essa conspiração, sendo que isso é inclusive comentado de forma banal, como se o roteiro dissesse “Está tão na cara que é melhor comentar para virar a página”.

Desde a abertura que é uma imitação barata dos filmes de 007, passando pelas piadinhas e risadinhas como se nada estivesse acontecendo de verdade, a geografia que faz heróis e vilões se teletransportarem através do mundo, até algumas seqüências que desafiam a física rivalizando com “Velozes e Furiosos”, “Agente Stone” comete todos os erros daqueles filmes de ação B das décadas de 80 e 90, e faz tudo sem ter a mínima vergonha.

Além disso, todos os clichês mais batidos do gênero marcam presença com aquela vontade de decepcionar o espectador: heroína, sua chefe, o cara da TI, vilão e até mesmo a assistente do vilão que não sabe de que lado está, todos foram desenhados com estereótipos criados a décadas e não se deram ao trabalho de mexer em um traço de personalidade para sequer tornar o personagem um pouquinho mais complexo.

Sempre é bom ver Gal Gadot fazendo qualquer coisa, mas ela precisa ser mais seletiva ou então treinar mais para abrir seu leque de opções em produções mais diversas e não cair nessas roubadas.

Curiosidades:

  • O símbolo da frente da moto da Agente Stone é o W na mesma fonte de “Wonder Woman” (Mulher-Maravilha).
  • Primeiro filme de Hollywood que a atriz indiana Alia Bhatt (de “RRR”) participa, sendo que ela interpreta uma hacker de 22 anos, mas tendo na “vida real” 30 anos na época das filmagens.

Ficha Técnica:

Elenco:
Gal Gadot
Jamie Dornan
Alia Bhatt
Matthias Schweighöfer
Sophie Okonedo
Jing Lusi
Paul Ready
Enzo Cilenti
Joe Reisig
Luca Fiamenghi
Thomas Arnold
Ruth Keeling
Archie Madekwe
Neran Persaud
Roy Sampson
BD Wong
Glenn Close
Mark Ivanir

Direção:
Tom Harper

História e Roteiro:
Greg Rucka
Allison Schroeder

Produção:
Bonnie Curtis
David Ellison
Gal Gadot
Dana Goldberg
Don Granger
Julie Lynn
Jaron Varsano

Fotografia:
George Steel

Trilha Sonora:
Steven Price

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