Mulher-Maravilha 1984 (“Wonder Woman 1984”)

Taí um dos mais diferentes filmes de super-herói e também um dos mais esquisitos, sendo que as mesmas qualidades também são aqueles que provocam uma certa falta de “alguma coisa”. Patty Jenkins volta a direção e o ano escolhido foi 1984, o que é interessante já que nenhum dos nossos super-heróis da Liga da Justiça tinha nascido até então (talvez Bruce Wayne ainda fosse uma criança). O que nos leva às cores e formas oitentistas e uma reconstrução de época ao mesmo tempo fiel e surreal se pensarmos em termos de 2020 (nesse ponto “Capitã Marvel” fez um pouco melhor).

O peculiar começa no roteiro, que fala sobre uma tal pedra que realiza desejos que com pouca ou nenhuma explicação vira alvo de um empresário falido chamado Max Lord (Pedro Pascal atualmente arrebentando na série “The Mandalorian”) e também desperta a cobiça da colega de trabalho de Diana, Minerva (Kristen Wiig de “Bem Vindos ao Meu Mundo”). Pela sinopse e trailer já dá pra entender que Diana também vai pedir o seu amor de volta, o que foi uma ótima sacada para trazer Chris Pine de volta ao papel de Steve Trevor e é responsável pelos ótimos anacronismos humorísticos.

Voltando à história, a dinâmica entre a pedra e todos os personagens não só parece ter sido imposta à força pelo roteiro, como também não se preocupa em dar bases sólidas para o que seria a essência do filme. Os fiapos de entendimento vem de fontes sem a menor credibilidade que a diretora joga tranquilamente na cara do público e espera que fique por isso mesmo. O próprio mecanismo de Max Lord junto com a pedra vai mudando de acordo com a conveniência do roteiro, mais uma vez sem um padrão ou consistência. O desfecho então não é nem pra tentar entender, pois ninguém sabe o que acontece com parte dos personagens.

A vilã Chee-tah (Minerva) tem seu charme, mas a batalha final (que lembra o antigo “Hulk” de 2003) também varia entre ótimos momentos e lacunas narrativas (se a vilã tem os mesmos poderes que a MM porque a batalha termina do jeito que foi?). As cenas de ação e efeitos especiais também oscilam: algumas sequencias são fantásticas e de fazer a platéia pular da cadeira, mas em outras fica claro o uso de GCI ou cordas posteriormente editadas para levantar os personagens, enfraquecendo o resultado.

Mulher Maravilha 84” merece ser assistido inclusive pelas partes mais estranhas e por mais que tenha poucas ou nenhuma conexão com o universo DC, não deixa a mitologia da nossa heroína a desejar.

Ah, a cena pós créditos é uma ótima homenagem à série.

Ficha Técnica

Elenco:
Gal Gadot
Chris Pine
Kristen Wiig
Pedro Pascal
Robin Wright
Connie Nielsen
Lilly Aspell
Amr Waked
Kristoffer Polaha
Natasha Rothwell
Ravi Patel
Oliver Cotton
Lucian Perez
Gabriella Wilde
Kelvin Yu

Direção:
Patty Jenkins

Produção:
Gal Gadot
Patty Jenkins
Stephen Jones
Charles Roven
Deborah Snyder
Zack Snyder

Fotografia:
Matthew Jensen

Trilha Sonora:
Hans Zimmer

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