A Vigilante

Era para ser bem melhor. Era para gente ver Olivia Wilde de “O Caso Richard Jewell” como Sadie, uma vigilante que mete a porrada nos machos escrotos que espancam mulheres ou mães escrotas que tratam mal os filhos até que eles sumam da vida das vítimas para sempre. Tudo isso enquanto ela tenta fugir (ou caçar) seu passado de alguma forma.

Só que essa produção, que começa muito bem, toma decisões narrativas muito equivocadas que só fazem prejudicar o desenvolvimento. Primeiro que passa muito tempo para revelar o óbvio mistério que seria o passado da protagonista. Esse tempo gasto é perdido em cenas de surtos emocionais repetitivos. Wilde está ótima, mas as cenas repetitivas não agregam em conteúdo a não ser para esticar a história para durar os 90 minutos padrão de um filme. Logicamente que quando o seu passado é revelado, todo mundo já sabe.

É quando o filme se desvirtua entre a cruzada de Sadie contra agressores e sua própria história pessoal que, ainda assim, é confusa, já que de ela parece sempre estar fugindo de algo, mas na verdade pode estar caçando algo. E essa dualidade nunca se resolve, mesmo quando chegamos no terceiro ato onde não é preciso ser um gênio para descobrir que isso girava em torno do ex-marido dela que ainda estava sumido ou foragido. Ainda assim, o comportamento furtivo dela não se explicaria.

O terceiro ato é o pior porque o desenho do personagem do marido dela (Morgan Spector de “Punhos de Sangue”) é absurdo, como se ele fosse uma mistura de serial killer com um vilão do 007. Não há nada de palatável que o caracterize como um marido agressor, mas sim um mirabolante vilão que não tem nenhuma profundidade emocional ou complexidade psicológica.

Como se não bastasse, Sadie desaprende a lutar nesse terceiro ato, o que pode parecer plausível devido ao vínculo com o ex-marido, mas no finalzinho percebemos que era apenas mais um artifício para fazer o filme durar mais.

A Vigilante” tem muitos bons momentos, passa uma mensagem muito relevante nesse tema tão delicado que é a violência doméstica, mas se perde justamente na hora de contar a sua história, deixando nas mãos de Olivia Wilde a tarefa ingrata de esticar suas cenas ao máximo, mesmo comprometendo a coerência.

Curiosidades:

– O título original do filme é em português mesmo!
– A arte marcial que Sadie luta é Krav Magá de origem israelense na década de 50.

Ficha Técnica

Elenco:
Olivia Wilde
Morgan Spector
Kyle Catlett
Estefania Tejeda
Tonye Patano
Betsy Aidem
Cheryse Dyllan
Judy Marte
C.J. Wilson
Chuck Cooper
Marceline Hugot
Paige Rhea Allison

Direção:
Sarah Daggar-Nickson

Produção:
Allison Rose Carter
Ambyr Childers
Andrew Corkin
Randall Emmett
George Furla
Lars Knudsen
Olivia Wilde

Fotografia:
Alan McIntyre Smith

Trilha Sonora:
Danny Bensi
Saunder Jurriaans

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