A Era de Ouro (“Spinning Gold”)

Com tantos filmes excelentes sobre artistas, porque parar para assistir a um filme sobre o dono de um selo musical, figura que geralmente não passa de um mero coadjuvante orbitando pelos grandes nomes e protagonistas? Alguns motivos:

  1. Porque geralmente os filmes sobre artistas não mostram que são esses produtores que, para melhor ou pior, criam a imagem de muitos artistas enquanto eles tem apens uma voz.
  2. Porque as Casablanca Records foi a maior gravadora independente da era de ouro (daí o título) da Disco music indo do início da década de 70 até 1984, lançando mais de 40 nomes, entre eles, ninguém menos que Donna Summer e Kiss (sim, a banda de rock).
  3. Porque o filme foi feito com um carinho arrebatador pelos filhos e netos do saudoso dono da gravadora, Neil Bogart.
  4. E porque é um filmaço.

Numa narrativa fluida e dinâmica e dirigido pelo filho mais velho Timothy Scott Bogart, a história começa na transição de quando Neil Bogart (Jeremy Jordan de “Verdade e Honra”) estava na transição entre abandonar a Budha Records, uma subsidiária na Warner para lançar seu próprio selo, acumulando dívidas milionárias e criando desavenças com pesos pesados da música como a lendária Motown.

Daí voltamos no tempo quando ele era um menino, passando por diversos trabalhos até conhecer sua mulher, Beth (a adorável Michelle Monaghan de “Justiça Sem Fronteiras”), se afundar nas drogas, conhecer sua amante Joyce (a apaixonante Lyndsy Fonseca de “Kick-Ass”) e se enrolando ainda mais – não necessariamente nessa mesma ordem.

A produção não se furta em mostrar os altos e baixos do protagonista e de como seus vícios cada vez mais pesados e seu affair atingiram a sua família. A narrativa do próprio Neil com Jeremy Jordan surpreendendo no papel é um dos pontos altos, mas nada se compara às suas descobertas de novos artistas. Somente a história de Donna Summer e Giogio Moroder já dava um filme solo, tal qual sua grande aposta no Kiss.

Os coadjuvantes fazem muito bem o seu papel, inclusive aqueles que interpretam os artistas são – literalmente – uma atração à parte: tem o comediante Sebastian Maniscalco interpretando Giorgio Moroder, o famosíssimo cantor Jason Derulo como o vocalista do Isley Brothers e o rapper Wiz Khalifa como o vocalista do Parliament-Funkadelic.

Mas é a novata Tayla Parx como Donna Summer que arrasa, mesmo não lembrando muito a cantora fisicamente. Sua voz é vibrante e a cena que ela faz com Jeremy Jordan na gravação de “Love to love you baby” já é cult.

E para derramar algumas lágrimas o desfecho após um emocionante monólogo seguido de um pout-pourri iniciado pela imbatível “Last dance” de Donna Summer é brilhante, juntamente com as imagens de arquivo que passam durante todos os créditos finais.

Apesar de não conter nenhuma novidade em termos de tema ou narrativa, “A Era de Ouro” é um retrato vibrante de tudo de bom e de ruim da era disco com emoção e muita verdade. Até as partes que não são.

Ficha Técnica:

Elenco:
Jeremy Jordan
Michelle Monaghan
Jay Pharoah
Lyndsy Fonseca
Dan Fogler
Peyton List
James Wolk
Jason Isaacs
Michael Ian Black
Sebastian Maniscalco
Tayla Parx
Casey Likes
Sam Nelson Harris
Vincent Pastore
Nick Sandow
Chris Redd
Jason Derulo
Ledisi
Wiz Khalifa
Pink Sweat$
Alex Gaskarth
Doron Bell

Direção:
Timothy Scott Bogart

História e Roteiro:
Timothy Scott Bogart

Produção:
Brad Bogart
Timothy Scott Bogart
David Haring
Laurence Mark
Jessica Martins
Gary A. Randall
Chris Torto

Fotografia:
Byron Werner

Trilha Sonora:
Evan Bogart
Justin Gray

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