Há momentos em um filme que são cruciais para seus personagens. Também há momentos em um filme que são cruciais para seus espectadores. São como gatilhos que elevam ou rebaixam o patamar da produção. Infelizmente aqui temos um deles que estraga a história e, mesmo sendo esclarecido mais para frente, não consegue consertar a falha.
Gina Carano de “Sequestro do Ônibus 657” é Hattie, uma dona de casa que vive no velho oeste com o marido e filhos que tem dificuldade de se adaptar a essa vida mais selvagem. Quando o marido faz uma viagem, ela é interpelada por um grupo de cowboys suspeitos e daí começa um cerco onde ela fica presa na casa com os filhos enquanto o bando tenta capturá-la.
O grande problema da história já reside no início, quando a protagonista toma a decisão de iniciar o atrito entre ela e o bando. Esse é o gatilho que rebaixa a história. Primeiro que a decisão é baseada em algo estapafúrdio. Tanto que quando o vilão diz que foi ela que começou, não deixa de ter razão (mais para frente vamos voltar aqui).
Segundo que ela toma a decisão e a maneira como ela inicia a luta com eles não tem o menor planejamento e era para ela morrer em 5 minutos. Só que começa então o segundo problema da produção: o diretor Michael Polish de “O Cheiro do Sucesso” quis que o espectador engolisse que 4 homens fortemente armados não são capazes de entrar numa casa e deter uma única pessoa que, apesar de também armada, tem muito menos experiência que o bando. Havia diversas maneiras de se invadir a casa só parando uns 30 segundos para entrar.
A revelação na motivação do bando faz todo o sentido, mas além de ser muito mal contada (falha da direção) não justifica a reação de Hattie logo no início que continua sendo o gatilho ruim da narrativa. Ainda tem uma cena desnecessária com índios que pareceu servir só para dar uma esticada na duração do filme.
O desenvolvimento da ação é boa e tem bons efeitos especiais, apesar do tal vilão (Nick Searcy de “Raça e Redenção”) ser chato de mais e insistindo em longos diálogos (outra esticada?) e citações bíblicas que cansam.
Só que para curtir a ação é preciso engolir todas essas falhas de roteiro e direção, o que faz de “Terror no Oeste” algo que já começa errado e na tentativa de consertar erra mais do que acerta.
Ficha Técnica:
Elenco:
Gina Carano
Nick Searcy
Donald Cerrone
Tyler Fischer
Gabriel-Kane Day Lewis
Matthias Hues
Heath Freeman
Rhys Becker
Samaire Armstrong
Tom Dragt
Direção:
Michael Polish
Produção:
Jeremy Boreing
Gina Carano
Dallas Sonnier
Roteiro:
Josiah Nelson
Fotografia:
Steeven Petitteville
Trilha Sonora:
Dalal Bruchmann
Maesa Pullman