Taika Waititi conseguiu aquilo que Thanos sequer chegou perto, que foi a quase destruição do MCU com o seu pavoroso “Thor – Amor e Trovão”, exagerando e distorcendo tudo o que tinha feito de bom em “Thor – Ragnarok”.
Eis que ele se volta para um filme menor que tem uma bela história – e ele parece saber escolher belas histórias, tal qual em “Jojo Rabbit” – mas que quase é ofuscada com aquele seu humor peculiar que nem sempre agrada. Inclusive esta produção começa de forma idêntica a “Thor – Amor e Trovão” com a narração do próprio diretor travestido de personagem (aqui um padre) sobre os eventos que se seguirão.
Conta a história real do time de futebol da pequena ilha de Samoa Ocidental que obteve a maior goleada da história do futebol e a maior sequência de derrotas, até a chegada do novo técnico, Thomas (Michael Fassbender de “Oeste Sem Lei”) um homem atormentado que fora empurrado para esse desafio de fazer uma seleção perdedora marcar pelo menos um gol.
A primeira metade do filme se parece muito com seu protagonista, meio perdido. Quer fazer humor, tem algumas ótimas piadas, principalmente sobre a cultura da ilha e do fato de cada habitante ter várias profissões e sempre ser amigo ou parente de todo mundo, mas não engrena justamente porque as piadas se sobrepõem à história.
A partir da segunda metade, a narrativa principal e algumas subtramas mais dramáticas se destacam mais e dão fôlego para a história, além de mostrar algumas pequenas reviravoltas sobre a própria história de vida de Thomas que poderiam ser exploradas melhor se as piadas fossem feitas dentro do contexto da trama ao invés de em torno dela e de forma aleatória.
O próprio protagonista tem uma persona que muda a partir da metade: ele claramente é um charlatão onde repete bordões de filmes conhecidos como “Busca Implacável” (a piada é ótima) e “Um Domingo Qualquer” e então quando revela seu drama pessoal (aliás uma das melhores partes), ele não deixa ser incompetente, mas há pelo menos uma certa empatia do espectador. Seu arco dramático varia entre o previsível, canastrão e interessante.
Com todos esses tropeços, ainda assim “Quem Fizer Ganha” é um filme good vibes que cativa o espectador, aso ele passe ileso da primeira meia hora.
Curiosidade: A dublê da atriz trangênero Kaimana foi a própria jogadora retratada no filme, Jaiyah.
Ficha Técnica:
Elenco:
Michael Fassbender
Oscar Kightley
Kaimana
David Fane
Rachel House
Beulah Koale
Taika Waititi
Will Arnett
Elisabeth Moss
Uli Latukefu
Sisa Grey
Semu Filipo
Chris Alosio
Ioane Goodhue
Hio Pelesasa
Wil Kahele
Rhys Darby
Luke Hemsworth
Angus Sampson
Kaitlyn Dever
Direção:
Taika Waititi
História e Roteiro:
Taika Waititi
Iain Morris
Produção:
Garrett Basch
Mike Brett
Jonathan Cavendish
Steve Jamison
Taika Waititi
Fotografia:
Lachlan Milne
Trilha Sonora:
Michael Giacchino