Grupo de jovens ativistas entram escondidos num shopping de móveis para depredá-lo protestando contra o desmatamento que eles provocam. Só não contavam que um dos seguranças de lá é um psicopata (Turlough Convery de “Belfast“).
A trama não poderia ser mais simples. Mas esse é um ótimo caso do simples sem ser simplório. Inclusive fala sobre algo possível. Até mesmo o vilão, salvo as devidas proporções, também não deixa de ser um personagem possível.
Apesar do roteiro deixar claro que o segurança é psicopata, numa análise fria até a metade do filme, ele não necessariamente seria o vilão, já que os jovens tinham claramente um intuito criminoso. Outra inversão interessante, é que são os ativistas que usam máscaras, enquanto o assassino sempre tem seu rosto a mostra.
Se faltam mortes mais criativas, os diretores (são 3) entregam mortes possíveis e consegue até fazer uma situação absurda como os ativistas entrarem num jogo mortal para montar um móvel, ainda assim ser crível (repare que nessa hora a voz do vilão está igualzinha a do Jigsaw de “Jogos Mortais”).
Em resumo, talvez a maior qualidade é ter personagens e situações com as quais o espectador consiga se identificar ou pelo menos imaginar acontecendo, ao contrário de serial killers imortais e vítimas suicidas. Apesar de forte, o psicopata é um ser humano como outro qualquer, e suas potenciais vítimas tomam decisões até que razoáveis mesmo com a pressão de serem caçados.
A tradução brasileira faz um ótimo paralelo da palavra massacre, já que ela é repetida algumas vezes no sentido do massacre dos animais da floresta pelo desmatamento provocado pela empresa.
A outra qualidade é o desfecho, que gostem ou não, foge do lugar comum e provoca um certo impacto até mesmo para o entendimento da cena. Ah, e ainda há o desfecho depois do desfecho.
“Hora do Massacre” é diversão da boa, sabe seu lugar sem a pretensão de ser mais do que já é.
Ficha Técnica:
Elenco:
Turlough Convery
Benny O. Arthur
Jacqueline Moré
Tom Gould
Alessia Yoko Fontana
Kyle Scudder
Charlotte Stoiber
Aidan O’Hare
Direção:
François Simard
Anouk Whissell
Yoann-Karl Whissell
História e Roteiro:
Alberto Marini
Produção:
Laurent Baudens
Gaël Nouaille
Fotografia:
Léo Hinstin
Trilha Sonora:
Arnau Bataller