Sabe o que o ator Jesse Eisenberg (o Lex Luthor de “Liga da Justiça”) estava fazendo nesses 2 anos que esteve meio sumido das telas? Escrevendo e dirigindo esse drama de família disfuncional que começou com um projeto de podcast, na verdade mais um filme falado, a partir do primeiro rascunho do roteiro.
Ao gostar do resultado, aprimorou um pouco mais, chamou sua amiga Emma Stone com quem contracenou em “Zumbilândia” para produzir (Calma que ela não aparece no filme) e pronto: fez sua estreia na direção.
Mãe e filho buscam em terceiros a conexão familiar que se perdeu em algum momento de suas vidas. Julianne Moore de “As Vidas de Glória” é Evelyn, mãe de Ziggy (Finn Wolfhard de “Caça-Fantasmas: Mais Além”). Ela é uma idealista rígida que toma conta de uma ONG para mulheres que sofreram violência e aspira que o filho também se interesse por essas e outras questões sociais e políticas. Mas Ziggy é um adolescente superficial e burrinho que só quer saber de ter um podcast de música. Enquanto Evelyn conhece um jovem no abrigo que parece ter os mesmos interesses que ela, Ziggy se interessa por uma colega de classe que gosta de política.
Reparem que há uma interessante questão psicológica onde ambos se interessam por reflexos do que o outro é: Evelyn imagina uma conexão maternal com um jovem de potencial no abrigo, Ziggy tem um interesse amoroso pela figura materna espelhada na sua colega.
Há um altíssimo potencial dramático não fosse pelo fato de Eisenberg terem desenhado dois personagens quase intragáveis. E a dupla de atores os interpretou ao pé da letra. Da maneira que foram concebidos, Evelyn e Ziggy praticamente não causam empatia no espectador. Ela, uma arrogante e egocêntrica. Ele, praticamente tão arrogante quanto, mas burro feito uma porta. O próprio sentido da conexão entre os dois se perde, mesmo com uma direção segura e um desfecho subjetivo que seria bonito se os personagens tivessem salvação.
Talvez o ponto mais curioso é que Jesse Eisenberg dirigiu muito bem um filme que ele escreveu muito mal. Ou pelo menos tomou uma péssima decisão sobre a construção dos personagens.
“Quando que Você Terminar de Salvar o Mundo” não tão é ruim, é bem interpretado e dirigido, mas é difícil de se conectar por causa da essência do roteiro.
Curiosidade:
- Finn Wolfhard participou quando a obra era apenas um podcast. Ele foi o único ator que retornou para o filme.
Ficha Técnica:
Elenco:
Julianne Moore
Finn Wolfhard
Billy Bryk
Alisha Boe
Jack Justice
Jay O. Sanders
Eleonore Hendricks
Catherine Haun
Annacheska Brown
Sara Anne
Direção:
Jesse Eisenberg
História e Roteiro:
Jesse Eisenberg
Produção:
Ali Herting
Dave McCary
Emma Stone
Fotografia:
Benjamin Loeb
Trilha Sonora:
Emile Mosseri
