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Oliver Parker de “Um Nome Na Lista” dirige mais uma adaptação da célebre obra de Oscar Wilde. Da última vez vimos Dorian Gray na pele do saudoso Anthony Perkins, o eterno Norman Bates de “Psicose“.
Agora ele é Ben Barnes de “As Crônicas de Nárnia – Príncipe Caspian“, como um jovem que chega a Londres e se deslumbra com as cidades e com as pessoas, principalmente o cínico e ardiloso Lord Henry (Colin Firth de “Marido Por Acaso“). Após ter ser retrato pintado de forma bastante real, Dorian diz que venderia sua alma para ter sempre essa beleza do retrato conservada. Parece que isso é mais que suficiente pro cramulhão lançar uma maldição onde todo o envelhecimento ou qualquer flagelo que Dorian possa vir a ter seja transferido para o quadro, dando-lhe beleza e vida eterna. Aos poucos ele vai tomando ciência dessa condição e começa a ficar paranóico para proteger o quadro, levando-o a uma rede de luxúria, inconseqüência e morte.
Eficiente como reconstituição de época, e com honestas atuações – mais de Firth do que de Barnes – a produção é irregular numa narrativa que oscila entre um bom suspense psicológico que quase descamba ao drama e algo sobrenatural que nunca é explicado (se é que precisa). E quem se beneficia é o personagem de Firth, bem mais misterioso que Gray e que demonstra, principalmente a caminho do último ato, uma dualidade interessante entre praticar o mal e sua própria autoconsciência.
Mas quem espera algo eletrizante com um caminho de mortes pode se frustrar. “O Retrato de Dorian Gray” chega próximo do drama e questiona mesmo os benefícios de se ter uma beleza eterna e o preço que se paga por isso. Tudo isso gera uma boa discussão sobre o tema, mas com aquela forte impressão que no meio da filosofia, esqueceram um pouco o filme que estavam fazendo.
[rating:3]
Ficha Técnica
Elenco:
Colin Firth
Ben Barnes
Rachel Hurd-Wood
Emilia Fox
Rebecca Hall
Ben Chaplin
Caroline Goodall
Fiona Shaw
Maryam d’Abo
Direção:
Oliver Parker
Produção:
Tim Bevan
Eric Fellner
Fotografia:
Roger Pratt
Trilha Sonora:
Charlie Mole