A premissa desse filme é ótima e lembra bastante de “Fale Comigo”, um dos melhores filmes de terror do ano passado: Freya Allan, conhecida pela série “The Witcher” é Iris, jovem que herda um antigo bar num casarão que em seu porão contém uma criatura que tem o poder de trazer os mortos de volta por alguns minutos. Quando Iris descobre e passa a usar o poder em seu benefício, as coisas começam a sair de seu controle.
Se trocar a tal criatura – que é uma bruxa – por aquela mão de gesso de “Fale Comigo” resulta quase no mesmo efeito. A produção se baseia mais em construção da tensão do que em sustos aleatórios, sendo que a cena do primeiro encontro com a bruxa é excelente e cumpre direitinho a meta de fazer o espectador ficar grudado na cadeira.
Só que a partir da metade do filme, os roteiristas parecem que se cansaram ou tiveram algum bloqueio criativo, pois a escrita passa a ser preguiçosa, tomando decisões sem sentido e não fechando as pontas da história. A trama do advogado fica perdida e a história do marido que queria dar o último adeus a sua mulher fica até mais importante do que a da própria bruxa.
A solução encontrada para o desfecho até tem lógica, mas dá tantas voltas e se enrola tanto que no final pouco importa o destino dos personagens, a ponto do espectador não se sensibilizar nem com a protagonista, que aliás, está bem longe de uma boa atuação.
Apesar de um bom design de produção para um filme de terror, a única coisa que prenderia o público em “A Bruxa dos Mortos” é a história, e ela foi se perdendo juntamente com a direção. Já o elenco não se achou desde o início.
Ficha Técnica:
Elenco:
Freya Allan
Jeremy Irvine
Ruby Barker
Peter Mullan
Anne Müller
Svenja Jung
Ned Dennehy
Julika Jenkins
Saffron Burrows
Felix Römer
Direção:
Alberto Corredor
História e Roteiro:
Christina Pamies
Bryce McGuire
Lorcan Reilly
Produção:
Alex Heineman
Andrew Rona
Fotografia:
Cale Finot
Trilha Sonora:
Suvi-Eeva Äikäs