Se “Megatubarão 2” foi um filme B travestido de A, “O Demônio dos Bares” é um filme C travestido de B.
Josh Lucas de “Uma Noite de Crime – Fronteira”, coitado, agora está se prestando para esse tipo de filme.
Ele é Paul, que trabalha para uma empresa de petróleo e vai com a sua família para a costa mexicana inspecionar uma das plataformas de óleo. Dá uma confusão e a família vai parar junto com ele na plataforma que está quase abandonada e ao redor dela um megatubarão (isso, da mesma espécie do filme do Jason Statham) está a espreita para matar que estiver no seu caminho.
Difícil de acreditar que o diretor Adrian Grunberg é o mesmo que fez o bom “Rambo – Até o Fim” com Stallone e o ótimo “Plano de Fuga” com Mel Gibson. Ele mete os pés pelas mãos num emaranhado de efeitos especiais ruins, onde as cenas submarinas claramente são montagens mal feitas e o tubarão pior ainda.
Para minimizar esse problema, ele criou outro problema: inventou um misticismo em torno do tubarão através da lenda de Tlaloc (curiosamente, esse deus existe no imaginário mexicano) e colocou ainda um drama familiar que na maioria das vezes substitui a ação com o tubarão. Há cenas que parecem tiradas de uma novela mexicana.
O protagonista, Paul, é tão mal escrito que o espectador tem dificuldade em saber se ele é um pai amoroso, um maluco, o mocinho, o bandido, o que, é claro, afeta toda a dinâmica dos personagens que, por outro lado, são rasos e sem nada a acrescentar.
Com um final mais do que manjado, é estranho que o diretor não apostou num terror de verdade ou pelo menos engrenou uma tensão mais acalorada.
“O Demônio dos Mares” é uma imensa enrolação que se apega mais a um dramalhão barato do que na ameaça da natureza, e ainda fica vagando sem rumo até o final pífio.
Ficha Técnica:
Elenco:
Josh Lucas
Carlos Solórzano
Fernanda Urrejola
Venus Ariel
Raúl Méndez Raúl Méndez
Julio Cesar Cedillo
Jorge A. Jimenez
Direção:
Adrian Grunberg
História e Roteiro:
Carlos Cisco
Boise Esquerra
Produção:
Javier Chapa
Arianne Fraser
Delphine Perrier
Jon Silk
Fotografia:
Antonio Riestra
Trilha Sonora:
Leonardo Heiblum
Jacobo Lieberman