Mais que Amigos

Amor não é Amor” – Com essa frase emblemática usada várias vezes durante o filme, inclusive numa música, Bobby, o protagonista afirma em seu ponto de vista que o amor gay tem suas peculiaridades de onde tem que haver empatia e equidade afetiva.

Esse é um dos golaços da primeira comédia romântica gay a estrear num circuito comercial de cinema com todo elenco principal assumidamente gay e tratando de seu cotidiano. Até então filmes sobre a homossexualidade no cinema sempre variaram entre a constatação, geralmente em dramas pesados como o premiado “O Segredo de Brokeback Mountain”, e a descoberta, como no excelente “Com Amor, Simon”. Inclusive com artistas heterossexuais (Bobby faz até piada de “O Segredo de Brokeback Mountain” por causa disso.

Só que dessa vez, o roteiro trata no âmago do cotidiano, a vida de Bobby (Billy Eichner de “Noelle”), um homem na casa dos trinta com relativo sucesso no que faz e que há muito já passou seja da fase da descoberta ou da constatação e que lutou muito vencer na vida, apesar de ser gay, tema que também é muito bem explorado.

Com suas próprias idiossincrasias, ele pena para achar seu par perfeito, até conhecer Aaron (o desconhecido Luke Macfarlane) que é tudo o que ele não curte como um estereótipo de homem gay, sarado e promíscuo. E a sacada começa aí: apesar de Bobby obviamente defender a diversidade, ele tem seus próprios preconceitos e ao conhecer Aaron, ambos precisam vencer esses obstáculos ara ficarem juntos.

O diretor Nicholas Stoller da saga cômica “Vizinhos” consegue ótimas piadas sem fazer troça com os personagens e, mais que isso, consegue fazer um humor universal para qualquer tribo achar graça, além de desmistificar alguns esterótipos.

Há sim uma acentuada tendência a mostrar cenas de sexo um pouco maior do que a média do gênero de comédias românticas que deve ser levada na normalidade, mas só o fato do diretor ter aumentado a dose pode se tornar um pouco apelativo (as cenas, não os personagens) e talvez não agrade a todos os nichos.

Eichner está muito carismático, mesmo interpretando um personagem propositalmente chato e cheio de manias (seu número musical sacaneando Garth Brooks no final é excelente e emocionante), enquanto Macfarlane consegue aprofundar seu personagem muito além do estereótipo que o rotula e inclusive discutir esse tema com o público.

Finalmente, como de praxe em boas comédias românticas as referências à cultura pop são ótimas e com uma engraçadíssima homenagem a “Uma Noite No Museu”.

Mais que Amigos” é uma ótima diversão que traz a diversidade para a normalidade que sempre deveria ter sido e que tem personagens engraçados, mas profundos e que não fogem dos temas mais polêmicos.

Ficha Técnica:

Elenco:
Billy Eichner
Luke Macfarlane
Guy Branum
Miss Lawrence
TS Madison
Dot-Marie Jones
Jim Rash
Eve Lindley
Monica Raymund
Guillermo Diaz
Jai Rodriguez
Amanda Bearse
Debra Messing
Peter Kim

Direção:
Nicholas Stoller

Roteiro:
Billy Eichner
Nicholas Stoller

Produção:
Judd Apatow
Nicholas Stoller

Fotografia:
Brandon Trost

Trilha Sonora:
Marc Shaiman

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