Máfia Mamma: De Repente Criminosa (“Mafia Mamma”)

De um lado a talentosíssima e subestimada Toni Collette de “Madame” que tem um timing cômico impecável e versátil em qualquer gênero. Do outro a diretora Catherine Hardwicke que teve um excelente início de carreira com o drama de 2003 “Aos Treze” e que depois jogou tudo no lixo com “Crepúsculo” e nunca mais se reergueu. Talvez a melhor coisa que Hardwicke depois foi “Já Estou com Saudades” de 2015, justamente com Toni Collette. Mas dessa vez a atriz não foi suficiente para salvar essa comédia da vergonha.

Olha que a premissa tinha futuro: Collette é Kristin, uma dona de casa que descobre a traição do marido, está passando por dificuldades no trabalho e de repente recebe uma ligação sobre o falecimento de seu distante avô na Itália. Quando ela chega lá, descobre que ele era o patrono de uma família de mafiosos e agora ela precisa assumir a família e tentar a paz com os inimigos que querem matá-la.

A primeira vítima foi o espectador: as cenas de ação são porcamente dirigidas, sem um pingo de realidade como se todos os personagens virassem retardados na hora da luta e dos tiros. Algumas dessas cenas, como a do assassino durante uma vídeo conferência, chega a ser grotesca de tão mal feita. Para tentar disfarçar a diretora lança mão do gore, isto é, exagera no sague e tripas como num filme trash, mas só produz o efeito desejado no momento mesmo.

Aliás, todo personagem durante a trama, sem exceção, tem o seu momento débil, quando aparentemente seus neurônios são teletransportados para outro multiverso só para conveniência da cena.

A protagonista se vira como pode, acertando nas cenas que não dependem do cérebro alheio, mas apanha na hora de convencer o povo das asneiras que roteiro e direção colocam no caminho. Piora quando o espectador mais atento percebe que poderia haver uma saída mais inteligente ou elegante, mas que sequer foi pensada por causa da preguiça na hora de escrever as cenas.

Máfia Mamma” desperdiça vários talentos com um besteirol que não se assume e pouquíssimas piadas que fazem sentido. Toni Collette que lute.

Ficha Técnica:

Elenco:
Toni Collette
Monica Bellucci
Eduardo Scarpetta
Alessandro Bressanello
Tommy Rodger
Tim Daish
Jay Natelle
Yonv Joseph
Mitch Salm
Claire Palazzo
Sophia Nomvete
Dora Romano
Giulio Corso
Francesco Mastroianni
Alfonso Perugini

Direção:
Catherine Hardwicke

História e Roteiro:
Amanda Sthers
J. Michael Feldman
Debbie Jhoon

Produção:
Toni Collette
Christopher Simon
Amanda Sthers

Fotografia:
Patrick Murguia

Trilha Sonora:
Alex Heffes

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