Lucy

https://www.youtube.com/watch?v=7_uXimuRT60

O diretor Luc Besson (“A Família”) tem dessas de criar, inventar e delirar, não necessariamente nessa ordem. Pode-se se dizer que “Lucy” é uma espécie de delírio baseado em fatos há muito batidos e desmentidos. Pior: é tipo “Transcendence – A Revolução” só que meio de trás pra frente.

Quando a gente vê o início com Morgan Freeman interpretando praticamente o mesmo personagem que fez em “Transcendence”, um professor e cientista, só que aqui falando que o ser humano só usa 10% do seu cérebro, é de matar, visto que esta hipótese já foi há tanto tempo desmascarada que chega a ser descabida, mesmo numa ficção.

Longe dali, Lucy (Scarlett Johansson de “Chef”, o amor de qualquer ser humano com bom senso), uma jovem sem muito o que esperar da vida, está em Taiwan tentando a sorte e sem querer se envolve com o tráfico de uma droga experimental. Ao absorver acidentalmente grande parte da droga, ela passa a usar um potencial cada vez maior de seu cérebro, tendo controle ilimitado sobre seu próprio corpo, sobre as outras pessoas e sobre a matéria.

Seria um filme com efeitos razoáveis, apesar de bestinha, com boas cenas de ação, apesar de irrelevantes e talvez até uma ficção para lembrar, não fosse a premissa totalmente equivocada. Não fosse um detalhe: o roteiro é desconexo justamente com a protagonista. Aliás, parece que foi escrito por pessoas diferentes ao longo do filme. Lucy começa matando bandidos sem a mínima piedade e, sem qualquer explicação plausível, poupa o chefe deles que até uma criança sabe que vai atrás dela. Outra hora ela poupa todos os vilões e de repente beija um personagem com uma desculpa risível. Para alguém que deveria aumentar o conhecimento sobre si mesma, ela age de forma randômica e sequer se preocupa com a reação ou inteligência do espectador.

Chega no final de qualquer jeito onde há muito a coerência ficou pra trás. De que adianta uma personagem usar 100% da sua capacidade cerebral se o filme em si só usa 1%?

Ficha Técnica

Elenco:
Scarlett Johansson
Morgan Freeman
Min-sik Choi
Amr Waked
Julian Rhind-Tutt
Pilou Asbæk
Analeigh Tipton
Nicolas Phongpheth
Jan Oliver Schroeder
Luca Angeletti

Direção:
Luc Besson

Produção:
Virginie Silla

Fotografia:
Thierry Arbogast

Trilha Sonora:
Eric Serra

DIREÇÃO

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