Para um filme que NINGUÉM pediu (a não ser talvez os fãs do livro de Suzanne Collins que também ninguém pediu após a saga dos “Jogos Vorazes”, mas que também foi um sucesso), o filme é surpreendentemente bom. E toda a equipe que participou da franquia está de volta, inclusive o diretor Francis Lawrence.
A produção se passa 64 anos antes do primeiro filme dos “Jogos Vorazes” e conta a história de Coriolanus Snow que virá a ser o grande vilão da franquia (interpretado pelo ótimo veterano Donald Sutherland) e antagonista de Katniss.
Ele jovem é interpretado pelo ainda desconhecido Tom Blyth que vem de uma família pobre da Capital, cujo único legado é ter como pai o criador dos Jogos Vorazes 10 anos antes, mas que caiu em ruína devido ao ex-amigo e agora reitor da universidade Highbottom (Peter Dinklage de “Cyrano”). Para garantir um prêmio e uma vaga na universidade ele deve ser mentor de um dos tributos para os novos jogos e acaba caindo com a jovem Lucy (a nova queridinha de Hollywood, Rachel Zegler de “Shazam! Fúria dos Deuses”). Eles acabam desenvolvendo uma peculiar relação, mas sempre na mira da comandante dos jogos e a vilá da vez, Dra. Gaul, interpretada por ninguém menos que Viola Davis, de “Air – A História por Trás do Logo”, deliciosamente má e parecendo pronta para ocupar uma cadeira em Hogwarts no lar de Sonserina.
O filme, dividido em três atos bem distintos consegue ser épico e mostra uma jornada completa para o protagonista. Por mais que já saibamos de seu destino e fica intuitivo que é essa relação com Lucy que vai fazer surgir o vilão que já existia nele, não deixa de ser instigante percorrer com o personagem o caminho que irá transformá-lo, ou talvez mostrar quem ele verdadeiramente é, como profere em determinada cena a vilã Dra. Gaul.
O design de produção é excelente, ótimos efeitos especiais e mecânicos, fotografia cativante principalmente ao mostrar a Panem do passado, além do figurino muito bem trabalhado.
As cenas de ação fazem todo o sentido dentro do contexto e o único ponto negativo é a falta de sangue para uma classificação mais branda, sendo que acaba ficando bem estranho o nível de violência do filme sem que se veja quase nenhuma gota de sangue sendo derramada independente da morte.
A cereja do bolo é a música principal que já fora cantada por Katniss e agora por Lucy que praticamente é a história do próprio filme, sendo um vínculo singelo com a franquia e ao mesmo tempo forte com a própria história.
Finalmente há uma boa mensagem política que já fazia parte da franquia desde que Francis Lawrence assumiu no segundo filme e aqui ela segue demonstrando como se faz para se ter o poder sobre um povo ou sobre a pessoa que vai comandar esse povo.
O novo “Jogos Vorazes” tem todas as ótimas características que alçaram a franquia ao sucesso, mesmo sendo uma história independente e passada antes dos eventos principais, misturando amor, ambição, política e centrado em personagens complexos com mensagens relevantes ao público. Para ir sem medo.
Ficha Técnica:
Elenco:
Tom Blyth
Rachel Zegler
Viola Davis
Peter Dinklage
Jason Schwartzman
Fionnula Flanagan
Josh Andrés Rivera
Hunter Schafer
Ashley Liao
Athena Strates
Joshua Kantara
Amélie Hoeferle
Kaitlyn Akinpelumi
Florian Burgkart
Ayomide Adegun
Aaron Finn Schultz
Max Raphael
Mekyas Mulugeta
Emma Frieda Brüggler
Yalany Marschner
Serena Oexle
Anni Baumann
Flora Li Thiemann
Zoe Renee
Seyna Sylla
Lilly Maria Cooper
Aamer Husain
Levi Strasser
Chieloka Jairus
Tim Torok
Varvara Kanellakopoulou
Jerome Lance
Mackenzie Lansing
Cooper Dillon
Hiroki Berrecloth
Irene Böhm
Knox Gibson
Sofia Sanchez
Luna Kuse
Kjell Brutscheidt
Dimitri Abold
Luna Steeples
Nick Benson
Marc Aden Gray
Isobel Jesper Jones
Dakota Shapiro
Vaughan Reilly
Honor Gillies
Eike N.A. Onyambu
Direção:
Francis Lawrence
História e Roteiro:
Michael Lesslie
Michael Arndt
Produção:
Nina Jacobson
Francis Lawrence
Brad Simpson
Fotografia:
Jo Willems
Trilha Sonora:
James Newton Howard
