Shazam! Fúria dos Deuses (“Shazam! Fury of the Gods”)

Dá uma sensação estranha ver um filme de super-herói de um universo que está com os dias contados.

Mais estranho ainda quando é o universo da DC que já é tão fragmentado que fica difícil saber o que está acontecendo e aonde. Agora que James Gunn que impressionou com “O Esquadrão Suicida” (o segundo) impressionou os donos do estúdio, ele virou o Kevin Fiege da DC e praticamente cortou tudo o que estava sendo feito até então. Alguns, inclusive foram ceifados sem dó nem piedade como o próprio Superman de Henry Cavill, sendo muitos dos heróis com total insegurança de sua continuidade.

Dito isso, é até uma surpresa perceber que o segundo “Shazam”, cuja saga é uma comédia rasgada declarada – o que geralmente não dá certo – até que é bom. Talvez um pouco melhor que bom.

O diretor David F. Sandberg volta de onde parou e mostra o protagonista com problemas de autoestima por motivos óbvios, enquanto seus amigos também conseguem ser campeões, isto é, super-heróis. Enquanto isso, as filhas de Atlas roubam um cajado que consegue tirar os poderes de Shazam e vão atrás dele e de seus parceiros.

Não tem problema se vocês não lembram. O primeiro Shazam é legal, mas esquecível. Tanto que duvido adivinhar qual dos amigos de Shazam que viram super-heróis é interpretado por um artista diferente do antecessor. Pois é, trocaram um deles e você nem notou, certo?

Voltando à história, o próprio filme explica que esse cajado é aquele que Shazam quebra e joga fora no final do primeiro quando luta com aquele cientista, o Dr. Sivana. Se não lembrou, tudo bem.

Continuamos: o elenco se dá muito bem, principalmente em interpretar personagens cômicos sem que para isso o roteiro descambe para o besteirol puro. Ou melhor, até há o besteirol, mas está bem diluído dentro da trama de forma a não prejudicar a urgência das situações.

Além disso, a produção constrói um interessante universo dentro do mundo de Shazam que começa a ser bem aproveitado. Inclusive algumas das sequências lembram bastante a Hogwarts de “Harry Potter”. E sim, há uma citação direta ao filme e muitas outras da cultura pop como “Star Wars”, “Senhor dos Anéis”, “Game of Thrones” e até mesmo ao concorrente Marvel (inclusive há uma homenagem especial numa piada sobre os Vingadores).

Quando o filme precisa dizer a que veio, ele consegue até o segundo ato. No final, os roteiristas parecem terem se cansado de pensar e resolvem tudo na marra deixando a emoção esconder algumas falhas colossais de narrativa. Para os desavisados até que conseguem porque ainda contam com uma participação muito especial.

Por sinal, as vilãs, coitadas, não sabem se quem destruir o mundo, salvá-lo, reconstruir o seu mundo… e nem o roteiro deixa claro nada disso. O espectador que se vire para entender, isto é, nem precisa entender para não atrapalhar a diversão.

O novo “Shazam” é engraçado, tem algumas ótimas sequencias e constrói alguns arcos interessantes com seus personagens, mesmo que sejam tantos que ninguém dê muita bola. Só se enrola na coerência entre eles e na conclusão. Ah, e a primeira das duas cenas pós créditos é ótima.

Curiosidades:

  • Muita gente percebeu no trailer que na cena em que Shazam está conversando com o pediatra, na área de crianças há uma boneca da Annabelle sentada na mesa. O que quase ninguém percebeu é que ao lado dela está a boneca Annabelle no estilo real e não a cinematográfica. Ou seja, na mesa aparecem as duas versões de Annabelle.
  • Grace Caroline Currey de “A Queda” é a única do elenco que interpreta a mesma personagem na versão normal e heroína.
  • A piada feita sobre a saga “Velozes e Furiosos” se deve ao fato que Helen Mirren que é uma das vilãs também atua na franquia.
  • As filhas de Atlas – as vilãs – foram criadas especialmente para o filme, sendo que nunca apareceram nas HQs.
  • O diretor aparece numa ponta como uma das vítimas das filhas de Atlas e a esposa dele faz uma ponta como uma das pessoas que o Shazam salva.

Ficha Técnica:

Elenco:
Zachary Levi
Asher Angel
Jack Dylan Grazer
Rachel Zegler
Adam Brody
Ross Butler
D.J. Cotrona
Grace Caroline Currey
Meagan Good
Lucy Liu
Djimon Hounsou
Helen Mirren
Faithe Herman
Ian Chen
Jovan Armand
Marta Milans
Cooper Andrews
Diedrich Bader
P.J. Byrne
David Lengel

Direção:
David F. Sandberg

História e Roteiro:
Henry Gayden
Chris Morgan

Produção:
Peter Safran

Fotografia:
Gyula Pados

Trilha Sonora:
Christophe Beck

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