Godzilla vs. Kong

Para quem quer ver efeitos digitais de monstros gigantes se digladiando entre si enquanto destroem cidades e esquadras inteiras – e apesar de não aparecer obviamente matando milhares de pessoas no processo – esse é o seu filme. Agora, se você pensa em outros aspectos como história, atuações, coerência, consistência – esses “detalhes” – vai se decepcionar.

Já é um desastre meio que anunciado com o lado bom de o espectador ter certa ciência do que vai ver: batalhas descerebradas e até com um certo humor. Mas ainda penso que é difícil estar preparado para o fiapo de história: depois de 5 anos de “Godzilla 2”, o lagarto gigante volta a atacar.

Todo mundo fica estarrecido porque ele até então apareceu para proteger as pessoas daqueles outros monstros do filme passado. Então chamam o Kong, que dobrou de tamanho para chegar na altura do Godzilla (lembrando que o filme “Kong: A Ilha da Caveira” se passou há mais de 50 anos) e ainda entremeiam com uma trama sobre o centro da Terra que seria o habitat natural desses monstros, além de… prepare-se… um empresário ambicioso que vai lançar uma ameaça mortal.

Essa mistureba do diretor Adam Wingard (que fez uma adaptação meiote de “Death Note”) não faz o menor sentido é jogada na cara do espectador sem cerimônia e com toda a cara de pau do mundo.

Dos personagens do filme anterior só sobraram Madison (Millie Bobby Brown) e seu pai (Kyle Chandler) que tem participações mínimas e relevância zero na trama, isto é, se cortassem todas as cenas com eles, o rumo do filme não ia mudar uma vírgula. Quem acaba aparecendo mesmo são Alexander Skarsgård (“Dilemas de Guerra”) e Rebecca Hall (“Espírito Jovem”) que a gente nem sabe direito o que fazem, mas são os que cuidam de Kong.

Os três atos parecem desconexos – e de certa forma são – e as motivações dos personagens, principalmente dos antagonistas, são tão risíveis quanto absurdas, de tal modo que se qualquer um com bom senso fizer umas duas ou três perguntas sobre o roteiro, a narrativa desmorona mais rápido que um prédio atingido por um dos monstros.

Em “Godzilla vs. Kong” nada é explicado, tudo é feito nas coxas (com exceção dos efeitos especiais monumentais) com os mais absurdos narrativos e nosso cérebro que lute.

Curiosidades:

– A garotinha surda do filme é realmente deficiente e de uma família geneticamente de surdo-mudos.
– Nos créditos iniciais, todos os monstros da franquia aparecem como “Derrotados” num estilo que lembra um reality show.
– Com esse já foram feitos 36 filmes sobre Godzilla e 12 filmes sobre King Kong.
– A cena em que Kong ajeita seu ombro que fora deslocado numa luta é uma piada interna com o personagem de Mel Gibson em “Máquina Mortífera 2” que faz exatamente a mesma coisa.

SPOILER – SÓ LEIA SE JÁ TIVER VISTO A PRODUÇÃO!

– Um mega erro do filme: Kong entra na Terra Oca (Centro da Terra) e empurra uma porta do seu tamanho com a marca da sua mão nela. Só que ele não ia lá a centenas ou milhares de anos, mas há 53 anos no filme “A Ilha da Caveira” ele só tinha metade do tamanho atual então toda a cena é impossível de acontecer.

Ficha Técnica

Elenco:
Alexander Skarsgård
Millie Bobby Brown
Rebecca Hall
Brian Tyree Henry
Shun Oguri
Eiza González
Julian Dennison
Lance Reddick
Kyle Chandler
Demián Bichir
Kaylee Hottle
Hakeem Kae-Kazim
Ronny Chieng
John Pirruccello
Chris Chalk

Direção:
Adam Wingard

Produção:
Alex Garcia
Jon Jashni
Eric McLeod
Mary Parent
Brian Rogers
Thomas Tull

Fotografia:
Ben Seresin

Trilha Sonora:
Junkie XL

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