Pode ser facilmente descrito como uma experiência de horror. Já havia falado em “Valhalla Rising” sobre a questão de experiência ser como se o filme despertasse o espectador em seus vários sentidos, provocando muito mais do que um roteiro meramente cartesiano levaria. Isso não é necessariamente bom, mas com toda certeza é diferente.
Seus primeiros dois minutos mostram uma imagem abstrata sonorizada em puro terror, como o desespero de uma multidão sendo levada pelo tsunami que invadiu as ilhas da Ásia oriental (tema aliás que está sendo tratado no cinema em “Além da Vida” nesse momento”).
Conhecemos então Paul e Jeanne (Rufus Sewell de “Jornada Pela Liberdade” e a francesa Emmanuelle Béart de “Inferno“, respectivamente). O casal perde seu filho pequeno há meses atrás por conta do tsunami. Vendo um documentário na casa de amigos a aparentemente perturbada Jeanne reconhece uma criança no DVD que pode ser seu filho e, a contragosto do marido, ambos partem para ilhas distantes com gente pouco confiável na tentativa de encontrar a criança. Entretanto aos poucos Jeanne começa a perder a razão, enquanto Paul entra em desespero num ambiente inóspito que pode levá-los a conhecer o que há de mais aterrorizante nas distantes ilhotas aparentemente desertas.
O grande mérito do diretor Fabrice Du Welz é levar o espectador para dentro do filme através de posicionamentos de câmera e edições angustiantes com a sempre tensa trilha de François Eudes Chanfrault. Seu roteiro toma uma forma híbrida como se estivesse contando a jornada física dos personagens ao mesmo tempo em que entra em suas mentes mostrando graficamente a gradual perda da sanidade de ambos. Seqüências como a inicial (já citada) ou quando Jeanne pula no mar e Paul pula atrás para resgatá-la, enquanto o cameraman pula junto são desde já antológicas. Interessante ver que Emmanuelle Béart, apesar de um botox que quase a deixa com cara de lince, ainda preserva um belíssimo corpo aos 45 anos.
“Espíritos Condenados” termina de forma indigesta como deveria ser e defini o padrão de pesadelo que um filme de terror deve ter. Mesmo assim é recomendado apenas para quem encara experiências não ortodoxas de cinema.
Ficha Técnica
Elenco:
Emmanuelle Béart
Rufus Sewell
Julie Dreyfus
Petch Osathanugrah
Direção:
Fabrice Du Welz
Produção:
Michael Gentile
Fotografia:
Benoit Debie
Trilha Sonora:
François Eudes Chanfrault
Respostas de 2
Fazia horas que não via um filme tão ruim… maior lixo.
O desenrolar do filme até que é bom, mas o final é enojante e ultrajante.