Em 2002, “Casamento Grego” se provou um estrondoso sucesso de crítica e público, como uma das melhores comédias românticas das últimas décadas. Produzida por Tom Hanks e sua esposa, tínhamos Nia Vardalos como autora a protagonista no papel de Toula, grega raíz que se apaixona e casa com Ian (John Corbett), sendo que os preparativos do casamento e o choque cultural eram o mote muito mais do que qualquer conflito, que praticamente não existiu.
Surpreendentemente demorou quase 15 anos para uma continuação muito boa, retratando o novo casamento dos pais de Toula e agora, mais 7 anos para a terceira (e esperamos que seja a última) parte.
Agora também é dirigida pela própria Vardalos e mostra a família de Toula num luto pela morte do pai (o ator que o interpreta, Michael Constantine, faleceu em 2021) e então como seu último desejo, Toula e Ian precisam ir à ilha Natal onde ele nasceu e reencontrar seus amigos de infância. O que não será nada fácil, pois a) eles não estão mais lá e b) grande parte da família vai com eles fazer as confusões de sempre.
Apesar da premissa ser até melhor do que a do seu antecessor, a diretora e editora parecem picotar a história, transformando-a em várias cenas muitas vezes desconexas, como esquetes em um humorístico de TV, onde às vezes um mesmo personagem parece estar em vários lugares ao mesmo tempo, com algumas piadas boas e uma grande parte de piadas grosseiras, e diversos micro conflitos que parecem já resolvidos no momento em que nasceram.
Inclusive, essa é a diferença entre um ótimo desenvolvimento de história e um duvidoso: no primeiro filme não havia conflitos e a história transcorria naturalmente, enquanto nesse, o roteiro salpica conflitos a cada 5 minutos, mas que são tão bobos que antes do espectador tentar absorvê-los, eles já se resolvem por si só. O que parecia ser emergencial e crucial num minuto, no seguinte torna-se quase irrelevante. Também é um daqueles filmes que é impossível criar conexão sem ter visto os demais, por mais que seja uma história independente.
A consequência ruim é que não é para todos os públicos e a boa é que quem conhece essa família grega desde o primeiro filme vai adorar saber que o carisma continua altíssimo, mesmo com todas as “piadas de tiozão” e muitas vezes deslocadas e anacrônicas. Talvez seja até provável que os fãs da série se emocionem com a nostalgia que o filme chama.
“Casamento Grego 3” é bem mais limitado que os filmes anteriores, com uma direção pouco coesa, mas que traz no seu elenco um carinho que poucas vezes se vê no cinema.
Curiosidades:
- Bruce Gray, que interpreta o pai de Ian também faleceu em 2017, pouco depois do lançamento do segundo filme.
- Apesar de ter sido feito 7 anos depois do segundo filme, cronologicamente se passa apenas 1 ano depois.
- A placa do carro que o casal de primos de Toula aluga começa com as letras NIA (da diretora e protagonista Nia Vardalos).
Ficha Técnica:
Elenco:
Nia Vardalos
John Corbett
Louis Mandylor
Elena Kampouris
Lainie Kazan
Andrea Martin
Maria Vacratsis
Gia Carides
Joey Fatone
Elias Kacavas
Melina Kotselou
Alexis Georgoulis
Stephanie Nur
Direção:
Nia Vardalos
História e Roteiro:
Nia Vardalos
Produção:
Gary Goetzman
Tom Hanks
Rita Wilson
Fotografia:
Barry Peterson
Trilha Sonora:
Stephanie Economou
