Viva: A Vida é uma Festa (“Coco”)

https://www.youtube.com/watch?v=-Af1mAec0LA

À primeira vista parece que está se vendo um cosplay do ótimo “Festa no Céu” de 2016. Mas a verdade é que a Pixar conseguiu de novo, mesmo com uma temática já vista, fazer uma história tocante e quase irresistível que arrebatou o Oscar de melhor animação.

Situada no México em pleno Dia dos Mortos, data comemorativa muito relevante no país, o pequeno Miguel quer realizar o sonho de ser cantor e tocar violão como um Mariacchi. Mas toda a sua família é contra a música desde que seu tataravô trocou a família pela música. Indignado, o garoto foge de casa para participar de um concurso de música e entra no cemitério para roubar o violão do saudoso cantor Ernesto de La Cruz. É quando a mágica acontece e ele com seu cachorro Dante vão parar na terra dos mortos. Ele só vai sair de lá se um parente já falecido lhe der uma benção, mas não vai ser tão fácil quanto ele pensa.

Como grande parte dos sensacionais filmes da Pixar, o tema da família é sempre tratado de forma emocionante e que cria conexão com o público. Principalmente aqui, pois trata do sentimento da perda e do esquecimento. Talvez a fórmula definitiva seja unir o bom humor com diálogo e piadas afiadíssimas a um contexto dramático que foca a própria limitação do ser humano, mesmo que – nesse caso – eles já tenham morrido.

Além da brilhante história e das ótimas reviravoltas, a cultura mexicana é tratada com máximo respeito e várias referências reais são colocadas para agregar conhecimento, além da participação fantasmas famosos como Frida Khalo, o comediante Cantinflas, o lutador de luta livre Santo, o Líder revolucionário Emiliano Zapata, a atriz Maria Félix, entre outros (que nem todo mundo vai discernir).

A trilha de Michael Giacchino (“Planeta dos Macacos: A Guerra”) não só vai das risadas ao derramamento de lágrimas, como também teve sua canção premiada no Oscar. Mais uma vez o perfeccionismo da produtora é uma atração à parte, desde a textura da pele que varia com a idade até os números musicais onde as notas tocadas são exatamente aquelas onde os dedos dos personagens tocam em seus respectivos instrumentos.

Com tão poucas histórias originais, “Viva” surpreende e entrega alegria e emoção numa embalagem impecável e cheio de referências para fãs e neófitos.

Curiosidades:

– Todas as marcas registradas dos filmes da Pixar aparecem:
–> Personagens dos filmes antigos: quando Miguel corre pelas ruas da cidade, uma banca vende bonecos de Buzz Lightyear, Woody, Mike Wazowski, entre outros.
–> A participação do ator e amigos dos fundadores da Pixar, John Ratzenberger: ele é o fantasma que fala “Gracias” no portão de saída da Cidade dos Mortos.
–> O easter egg A113 em homenagem ao número da sala onde se formaram vários dos primeiros profissionais da Pixar no Instituto de Artes da Califórnia: aparece —> no escritório no salão de entrada da Cidade dos Mortos.
–> A marca do Mickey Mouse: numa das câmeras filmando o espetáculo no último ato.
–> O caminhão do Pizza Planet primeiramente visto em Toy Story: logo no início quando a avó de Miguel briga com ele no meio da rua e daí o caminhão passa.
–> Homenagem a George Lucas: na catraca de saída da Cidade dos Mortos, na contagem aparece o número 1138, alusão ao filme de Lucas THX-1138 (que em breve terá um remake).
–> A bola de um dos primeiros curtas da Pixar Luxo Jr. Aparece no estúdio onde Frida Khalo prepara seu espetáculo.

– No Brasil trocaram o título original Coco (nome da tataravó de Miguel) por Viva para não fazer alusão a cocô. Em espanhol Coco é um nome análogo a Socorro em português.
– A Cidade dos Mortos foi inspirada pela colorida cidade de Guanajuato, conhecida pelas pinturas de suas casas.
– O filme da Pixar que levou o maior tempo para ser produzido: 6 anos.
– O cachorro Dante é de uma raça chamada Xolo, predominantemente mexicana. No filme a fantasma de Frida se apaixona de cara por ele, pois em vida foi grande defensora da raça, na época em extinção.
– O condutor da orquestra de Ernesto de La Cruz é uma caricatura do compositor Michael Giacchino.
– O nome do cemitério é Santa Cecília porque ela é a padroeira mexicana da música.
– Originalmente o Miguel apenas ia tocar violão, mas quando descobriram que o estreante ator mirim Anthony Gonzalez também cantava, colocaram ele para fazer o show completo.
– Na praça Ernesto de La Cruz na hora dos fogos, dá pra ver à direita um cartaz de Os Incríveis 2.

Ficha Técnica

Elenco:
Anthony Gonzalez
Gael García Bernal
Benjamin Bratt
Alanna Ubach
Renee Victor
Jaime Camil
Alfonso Arau
Herbert Siguenza
Gabriel Iglesias
Lombardo Boyar
Ana Ofelia Murguía
Natalia Cordova-Buckley
Selene Luna
Edward James Olmos
Sofía Espinosa

Direção:
Lee Unkrich
Adrian Molina

Produção:
Darla K. Anderson

Fotografia:
Matt Aspbury
Danielle Feinberg

Trilha Sonora:
Michael Giacchino

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