Paula Patton de “Zerando a Vida” produz e protagonista esse tenso drama sobre o tráfico de pessoas, realidade mundial pouquíssimo explorado pela mídia, mas que movimenta bilhões de dólares todos os anos.
Ela é Brea, uma jornalista, e com o seu namorado John (Omar Epps de “Alfie – O Sedutor”) viajam para ficar numa paradisíaca casa de um amigo numa espécie de pré lua de mel. No caminho cruzam com gente mal-encarada e nem sabem que eles são traficantes de pessoas e que podem estar na sua mira.
Ao invés de se fazer uma ação sobre o tema, o diretor Deon Taylor (lembrado pelo péssimo terror “A Corrente do Mal” de 2009) acertou dessa vez em fazer um suspense intimista quer foca basicamente no casal e seus amigos.
Acerta principalmente no primeiro ato, pois introduz com clareza a personalidade de cada um, incluindo suas falhas, o que é essencial para entendermos as suas tomadas de decisão a seguir nos demais atos. Além disso, sai-se muito bem na construção da tensão. Aliás, a cada minuto do primeiro ato a narrativa caminha como se no minuto seguinte alguma tragédia fosse acontecer. Inclusive em termos emocionais dos personagens: o fato de Brea estar fragilizada profissionalmente e insegura em seu relacionamento por melhor que ele possa ser.
A dinâmica entre os personagens e a bagagem emocional que eles carregam funciona muito bem quando a ação se desencadeia. A ação é comandada com esmero e criam agonia no espectador também pelas câmeras manuais que expõem a fraqueza e o caos enfrentado pela protagonista e seus amigos. A violência gráfica não fica de fora e agrega para o clima que se quer passar.
O roteiro sabe de suas próprias deficiências – a própria operação ficcional mostra algumas pontas soltas – e tenta o possível para não explicitar essas falhas, mesmo que os mais atentos as identifiquem facilmente, por exemplo, o fim do segundo ato que deixa tantos rastros que seria muito difícil engolir que haveria impunidade.
Destaque para a forma física e sex appeal de Paula Patton que está de parabéns e protagoniza cenas quentes, mas que não são apelativas.
“Traffik” é pura tensão e um ótimo estudo de personagens numa obra despretensiosa que chama atenção para um problema global, mesmo que tenha pensado local.
Obs: Não confundir o péssimo “Corrente do Mal” de 2009 com o excelente “Corrente do Mal” de 2014.
Ficha Técnica
Elenco:
Paula Patton
Omar Epps
Luke Goss
William Fichtner
Laz Alonso
Roselyn Sanchez
Priscilla Quintana
Jeff Wiesen
Ramsey Hanchette
Dawn Olivieri
Claude Duhamel
Joe Bucaro III
Heather Kritzer
Lorin McCraley
Scott Anthony Leet
Direção:
Deon Taylor
Produção:
Roxanne Avent
Paula Patton
Deon Taylor
Fotografia:
Dante Spinotti
Trilha Sonora:
Geoff Zanelli