Para ser tão bom, a nova roupagem para os cinemas do Super Mário seguiu bastante a cartilha de outra adaptação, “Sonic” (o primeiro, e não o segundo, por favor).
Apesar deste ser em live action com CGI e “Super Mário” ser pura animação, ambos têm essências narrativas semelhantes. Primeiramente a história de ambos se assemelha a dos próprios games com algumas adaptações para comportarem “o mundo real”: Mário e Luigi são dois encanadores de Nova York que sem querer são transportados para o universo do game e devem se juntar à Princesa para deter Bowser que ameaça conquistar o reino. Reparem que ambas as produções recorrem a uma viagem de um universo para outro pelo protagonista, mudando apenas o “sentido” da viagem.
Outra sacada de ambos foi que, ao invés de tentarem inventar a roda, pegaram as inúmeras situações do game e reproduziram com contexto dentro do próprio filme. Em “Super Mário”, vemos desde a engraçadíssima recriação do cenário de Donkey Kong (o primeiro fliperama quando o nosso herói encanador ainda nem tinha nome), passando pelas fases do jogo do Mário que conhecemos, até chegar no “Mário Kart” numa sequência de ação que não deixa nada a desejar para outras grandes produções.
Aqui o senso de humor ainda é marcar mais que registrada entre os personagens e dá uma leveza sem parecer criancice. A dublagem original é muito bem-feita e a saída para que o sotaque americano predomine num personagem aparentemente italiano e desenhada logo no início de forma certeira, acabando com a polêmica de ter Chris Pratt (“Os Guardiões da Galáxia”) como seu dublador ao invés de um artista italiano, mantendo sempre a essência do protagonista.
Na batalha final, é claro que os dois universos colidem a até mesmo a finalzinho e as cenas pós créditos (são duas) relembram “Sonic” (principalmente a última).
“Super Mário Bros – O Filme” é divertidíssimo, tem personagens carismáticos, passa rápido e é para toda a família. Para a avalanche de animações mais comerciais que com conteúdo que Hollywood despeja todos os anos, está mais do que bom.
Curiosidades:
– No início do filme aparece uma máquina de fliperama com o jogo “Jump man”. Esse era o nome que as pessoas deram ao Mário quando ele ainda era o desconhecido herói de Donkey Kong criado em 1981.
– Há uma cena em que um dos cogumelos do reino compra um Super Nintendo e o vendedor diz que qualquer problema, basta soprar o cartucho.
– O toque do celular do Luigi é a música de início do Game Cube.
– Apesar de ser dublado por Jack Black, algumas rosnadas do Bowser foram feitas pelo dublador original dos jogos, Kenny James.
Ficha Técnica:
Elenco:
Chris Pratt
Charlie Day
Jack Black
Anya Taylor-Joy
Seth Rogen
Keegan-Michael Key
Sebastian Maniscalco
Rino Romano
John DiMaggio
Jessica DiCicco
Kevin Michael Richardson
Khary Payton
Charles Martinet
Eric Bauza
Fred Armisen
Direção:
Aaron Horvath
Michael Jelenic
Pierre Leduc
Fabien Polack
História e Roteiro:
Matthew Fogel
Produção:
Christopher Meledandri
Shigeru Miyamoto
Fotografia:
Eric E. Osmond
Trilha Sonora:
Koji Kondo
Brian Tyler