Esse é daqueles filmes “menores” da Marvel com um personagem mais coadjuvante dos Vingadores, mas que, como sempre, surpreendem.
Conhecemos o Pantera Negra em “Capitão América – Guerra Civil” e agora entendemos a dimensão do super-herói. Após a morte de seu pai, ele assume o trono de Wakanda, com um design de produção espetacular. A cidade gira em torno do Vibranium, o mineral mais resistente do planeta, mas que também tem inúmeras outras propriedades que permitem viver numa tecnologia muito à frente de seu tempo. A cidade sempre foi guardada dos olhos do mundo, até um segredo vir a tona: respondendo pela alcunha de Killmonger (Michael B. Jordan de “Creed”, inclusive do mesmo diretor Ryan Coogler), ele se torna um arqui-inimigo poderoso ao desafiar o trono de T’Challa sem que ninguém saiba do seu passado.
O roteiro foi hábil em fazer homenagens a diversos clássicos do cinema, por exemplo, ao agente James Bond, 007 nas cenas em que a irmã do rei (a novata e muito carismática Letitia Wright) apresenta suas novas invenções, bem como a emblemática cena do restaurante que por si só evoca o ótimo “Cassino Royale”.
Seus realizadores também conseguem com êxito um filme solo sem necessidade de mostrar algum dos outros super-heróis, caminhando sozinho com uma ótima dinâmica entre os personagens. Transcorre bem o dilema em que a maioria dos heróis se vê, de usar os poderes para ajudar o próximo ou apenas ao seu povo. Mesmo assim, o roteiro aprofunda o tema e, entre clichês de filmes do gênero, ainda consegue exalar o frescor de um genérico diferenciado.
Apesar de contar com o ótimo Martin Freeman de volta ao papel do Agente Ross como alívio cômico, o filme se distancia bem da quase paródia “Thor: Ragnarok” e assume um conteúdo bem mais dramático.
“Pantera Negra” prova que com uma boa história e uma execução de excelência, qualquer herói, seja mais ou menos conhecido, consegue ter pra si um filmão da porra.
Curiosidades:
– Numa entrevista perguntaram para o ator Martin Freeman como ele se sentiu em ser praticamente o único ator branco em tantas cenas do filme. Ele respondeu: “Eu pensei: Nossa, é assim que os atores negros devem se sentir na maioria dos filmes”. Resposta top! Ele é mestre!
– Wakanda é mencionada pela primeira vez em “O Homem de Ferro 2” como uma localização no radar de Stark quando ele atravessa a África voando.
– Todos os costumes das tribos de Wakanda são adaptações de costumes verdadeiros de diferentes tribos da África.
– O pai do Pantera Negra, T’Ckaka, tem uma versão mais velha e uma jovem. As versões são interpretadas por pai e filho (os atores John Kani e Atandwa Kani).
– A versão mais velha e jovem de Zuri é interpretada respectivamente por Forest Whitaker e Denzel Whitaker. Apesar do mesmo sobrenome, não há nenhum parentesco entre eles.
– A cachoeira de Wakanda foi baseada em duas cachoerias reais: a brasileiríssima (e meia argentina) Cataratas do Iguaçú e Vistoria Falls, parte na Zâmbia, parte no Zimbabue.
Ficha Técnica
Elenco:
Chadwick Boseman
Michael B. Jordan
Lupita Nyong’o
Danai Gurira
Martin Freeman
Daniel Kaluuya
Letitia Wright
Winston Duke
Sterling K. Brown
Angela Bassett
Forest Whitaker
Andy Serkis
Florence Kasumba
John Kani
David S. Lee
Direção:
Ryan Coogler
Produção:
Kevin Feige
Fotografia:
Rachel Morrison
Trilha Sonora:
Ludwig Göransson