O Pior Vizinho do Mundo (“A Man Called Otto”)

Tom Hanks sempre foi um ator que colocar um diferencial nos seus papéis. Em filmes grandiosos, isso acaba fazendo parte do cenário geral, mas em filmes menores ou mais intimistas, faz toda a diferença.

Visto pela última vez na tropeçada chamada “Pinóquio”, ele estrela esse remake de uma produção Sueca chamada “Um Homem Chamado Ove” que, por sua vez, é uma adaptação do bestseller de Fredrik Backman.

Hanks é Otto que vive num condomínio fechado e, sozinho após a perda da esposa, rende-se a fazer com que todos os condôminos cumpram as regras e não acha um propósito na vida. Desgostoso, as coisas começam a mudar quando novos vizinhos chegam, sendo cativado pela família de Marisol (Mariana Treviño de “Homem ao Mar”).

O diretor Marc Forster de “Guerra Mundial Z” (escolhido por Hanks) deixa rolar e conta com o protagonista para fazer a sua mágica. E ele responde como sempre. Hanks não interpreta simplesmente um velho rabugento: por trás de cada gesto, maneirismo e trejeito, sua linguagem corpora busca justificativa em sua história.

Seu carisma é tamanho que há toda uma trama de background sobre o seu passado (ele jovem é interpretado pelo filho mais novo Truman Hanks), mas caso não houvesse esses flasbacks que ocupam cerca de 20% do filme, não iria fazer diferença, pois o que ele fala, transparece e como ele age, além das mensagens do roteiro no presente, já seria suficiente.

A única coisa que destoa um pouco nos dois primeiros atos é a trilha sonora do geralmente competente Thomas Newman (“O Soldado que Não Existiu”). Aparentemente ele quis passar a personalidade chata de Otto com alguns sons de guitarra country, mas não ficou aderente. Já no último ato, entra nos trilhos com uma pegada mais dramática e cativante.

O diretor a roteirista ainda acertou na agenda da diversidade colocando uma família latina como vizinhos e uma subtrama com um jovem trans sem parecer uma forçada de barra.

O Pior Vizinho do Mundo” sobe de patamar com Hanks no comando e carregando o filme nas costas, agregando inclusive na presença dos colegas coadjuvantes, sendo a produção daquelas que é bom o pessoal levar um lencinho para poder se emocionar em paz.

Curiosidades:

  • Há uma cena em que Tom Hanks teve que ser rejuvenecido digitalmente para parecer estar em seus 30 anos. Para isso, a equipe de efeitos especiais utilizou inteligência artificial sobre as imagens de Hanks do filme “meus Vizinhos São Um Terror” de 1989.
  • Na época das filmagens o filho de Tom Hanks, que interpreta Otto jovem, tinha 26 anos.
  • No final ele escreve uma carta numa máquina de escrever. É proposital, pois Tom Hanks tem paixão e é colecionador de máquinas de escrever. Aquela do filme é uma das suas.

Ficha Técnica:

Elenco:
Tom Hanks
Mariana Treviño
Manuel Garcia-Rulfo
Christiana Montoya
Alessandra Perez
Rachel Keller
Greg Allan Martin
Truman Hanks
Cameron Britton
Juanita Jennings
Peter Lawson Jones
Max Pavel
Kailey Hyman

Direção:
Marc Forster

História e Roteiro:
David Magee
Fredrik Backman
Hannes Holm

Produção:
Gary Goetzman
Tom Hanks
Fredrik Wikström
Rita Wilson

Fotografia:
Matthias Koenigswieser

Trilha Sonora:
Thomas Newman

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