O Invasor Americano (“Where to Invade Next”)

Desde que Michael Moore fez seu premiado documentário “Tiros em Columbine” em 2002, ele pegou pra si a missão de expor todas as entranhas dos EUA, país que é considerado de primeiro mundo, com obras geralmente relevantes, provocativas e, claro, às vezes manipuladoras.

Não é diferente com “O Invasor Americano”. Entretanto, ele consegue estabelecer um delicioso paralelo de leis e costumes mundiais em relação aos EUA que também dá inveja a nós, brasileiros. A premissa é que ele vai invadir outros países no intuito de roubar suas melhores idéias para os EUA. Claro que isso é uma ótima analogia com as invasões americanas a países do Oriente Médio para roubar seus poços de petróleo com o pretexto de derrubar ditaduras, manter a paz e a democracia.

Se algumas coisas surpreendem que os ianques não tenham, outras indicam um avanço pouco visto no mundo. Ela vai a Itália verificar o sistema trabalhista deles, à França visitar seu sistema de ensino fundamental, à Noruega ver seu sistema carcerário, à Finlândia onde há o maior empoderamento feminino sem forçar a barra, como Portugal está vencendo a luta contra as drogas e até mesmo o assistencialismo hospitalar para mulheres da… Tunísia!

Seu humor ácido e capacidade de condução de uma narrativa produz ótimos momentos onde ele mesmo parece se surpreender com determinados fatos, como por exemplo, quando pede e consegue uma entrevista com o presidente da Eslovênia.

Um dos aspectos mais importantes do documentário é entender porque alguns países (ele fala dos EUA, mas podemos extrapolar) não conseguem implementar ações e leis que claramente são benéficas, porém contrariam alguns interesses majoritariamente conservadores. A política antidrogas americana como manobra de controle de voto das minorias chega a assustar.

O Invasor Americano” é engraçado sempre e algumas vezes emocionante e ainda faz ótimas comparações entre culturas, sendo uma aula para se conhecer práticas que podem melhorar o mundo, mesmo em países cheios de problemas. E é isso o que Michael Moore quer.

Curiosidades:

– Há uma cena em que aparece um mosaico de mulheres que foram eleitas presidentes. Dilma está lá (acima à esquerda).
– Em outra, aparece uma lista de países com universidades estaduais ou federais gratuitas. O Brasil está nessa lista. Pasmem que os EUA não tem isso (já tiveram há algumas décadas). Logicamente não mostram a qualidade dessas universidades.
– Falando em um exemplo de manipulação do filme: há toda uma história sobre aquele matador extremista norueguês que matou 77 jovens em 2011 e foi condenado apenas à 21 anos de prisão, pois lá essa é a pena máxima. O que não é dito é que existe outra lei que é a de contenção onde o criminoso de qualquer pena só é solto se não representar mais risco à sociedade. Nesse caso isso provavelmente significa prisão perpétua.
– Houve uma sequencia inteira filmada na Estônia que tem a menor taxa de mortalidade infantil, mas não entrou na edição final por causa do tempo do documentário.
– No lançamento do filme, Michael Moore foi acometido de uma pneumonia e passou semanas hospitalizado, tendo que cancelar todos os seus compromissos de divulgação.

Ficha Técnica

Elenco:
Michael Moore

Direção:
Michael Moore

Produção:
Carl Deal
Tia Lessin
Michael Moore

Fotografia:
Rick Rowley
Jayme Roy

ELENCO

DIREÇÃO

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